sábado, julho 27

CGU descobre que Ministério de Damares repassava verbas para empresas de fachada

Os desvios somados chegam a R$ 2,5 milhões

Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado
A Controladoria Geral da União (CGU) descobriu desvios milionários de recurso público feitos pelo antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humano, chefiado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), durante o governo Bolsonaro.
Os repasses irregulares eram enviados com o falso proposito de disponibilizar verbas para formação profissional de mulheres presas, adolescentes e vítimas de violência. Porém o destino final do dinheiro era, na verdade, ONGs de fachadas com sócios “laranjas”.
A reportagem publicada pelo Estadão, na terça-feira (11), mostrou que a CGU fez um relatório com os desvios que somados chegavam a R$ 2,5 milhões em prejuízo aos cofres públicos.
Uma das empresas que recebeu a verba desviada foi a Total Service Rio LTDA tem como um dos sócios o ex-secretário parlamentar, Clayton Elias Motta, do ex-deputado federal Professor Joziel (Patriotas-RJ). Damares era próxima de Clayton, inclusive havia apelidado o parlamentar de “amigo” e “pidão”.
Segundo investigações, a ONG Instituto de Desenvolvimento Social e Humano do Brasil (IDSH) recebeu R$ 13,4 milhões, a partir de janeiro de 2019, desse dinheiro R$ 3,8 milhões vieram de emendas feitas pelo Professor Joziel.
Já a empresa Globo Soluções Tecnológicas, que trabalha com vários tipos de equipamentos, recebeu R$ 11,7 milhões do Ministério. O endereço da sede da empresa, que consta no site da Receita Federal, é um apenas um barraco localizado no bairro de Anchieta, no Rio de Janeiro.
“Os recursos pagos à Globo Soluções Tecnológicas não foram aplicados de forma regular, pois não restou comprovada sua total execução, e estão em desacordo com os princípios da economicidade e da impessoalidade”, informou a CGU.
Outra ONG envolvida é o Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano (INADH), que ganhou R$ 14,9 milhões nos últimos três anos, incluindo pagamento do atual governo. A Controladoria apurou que a instituição fraudava teria licitações para conseguir contratação de prestadores de serviço.
A investigação ainda apontou que a ex-ministra Damares aprovou o envio dos recursos, mesmo com parecer interno que encontrou irregularidades nas ONGs. O IDSH teve que devolver R$ 1,1 milhão conseguidos por meio de convênios. O Ministério solicitou esclarecimento das instituições, após saber do relatório da CGU.

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