quarta-feira, outubro 23

Técnicos de Enfermagem da Hapvida seguem em greve

Técnicos da Hapvida cobram respeito, cumprimento da lei do piso e denunciam más condições de trabalho.

Grevistas da Hapvida buscam cumprimento da CCT e enfrentam más condições de trabalho e assédio.
Grevistas da Hapvida buscam cumprimento da CCT e enfrentam más condições de trabalho e assédio. Foto: Divulgação

Os técnicos de enfermagem da Hapvida continuam em greve, mobilizando-se mais uma vez nesta terça-feira (22/10). Eles se reuniram em frente ao Hospital Ilha do Leite, no centro do Recife, desde as 6h. A principal demanda do movimento é o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e o pagamento do piso salarial da categoria. Esses direitos foram acordados em mediação com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região e com o Ministério Público do Trabalho. No entanto, até o momento, a rede privada ainda não os cumpriu de forma efetiva.

A mobilização, que já alcança seu quinto dia, reflete o descontentamento dos trabalhadores com a gestão da Hapvida. O sindicato da categoria, o Satenpe (Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Pernambuco), lidera a greve e garante que as reivindicações são legítimas. Além disso, o TRT reconheceu a legalidade do movimento, determinando que 50% dos profissionais permanecessem em seus postos. Essa exigência tem sido respeitada pelo sindicato, mantendo o atendimento à população.

TRT confirma legalidade da greve e exige mínimo de 50% no atendimento

Na última semana, o TRT da 6ª Região deu parecer favorável à greve dos técnicos de enfermagem, assegurando, assim, sua legalidade. Além disso, o tribunal determinou que metade dos profissionais continuasse trabalhando durante o período de paralisação, uma medida que visa minimizar os impactos para os pacientes. Por outro lado, o Satenpe, que representa os trabalhadores, vem cumprindo essa determinação rigorosamente. Mesmo assim, a categoria ainda enfrenta desafios, como a sobrecarga de trabalho e o aumento da violência nas unidades hospitalares.

De acordo com o presidente do Satenpe, Francis Herbert, os profissionais estão recebendo salários abaixo do mínimo, mesmo com a vigência da Lei 14.434/2022, que estipula o piso salarial da categoria. Ele ressalta que a pressão diária, os casos de assédio e o desrespeito generalizado agravam ainda mais a situação. Além disso, o sindicato tem recebido diversas denúncias de violência contra os trabalhadores, vindas tanto de colegas quanto de clientes insatisfeitos com a precariedade dos serviços.

Grevistas denunciam violência e sobrecarga de trabalho

Durante os dias de paralisação, os técnicos de enfermagem relataram episódios de violência física e mental. Muitos profissionais afirmam estar lidando com uma crescente insatisfação dos clientes, gerada pela sobrecarga nos serviços hospitalares. Além disso, eles mencionam a falta de respeito por parte da administração da rede Hapvida, que não garante condições adequadas de trabalho. Essas condições, segundo o sindicato, são responsáveis pelo adoecimento dos profissionais, tanto física quanto mentalmente.

O presidente do Satenpe reforçou que o sindicato não apenas reivindica o cumprimento dos direitos da categoria, mas também defende a integridade física e emocional dos profissionais. “Nossa luta não é apenas por um salário justo. Nós defendemos também a dignidade no ambiente de trabalho e o respeito que todo ser humano merece”, afirmou Francis Herbert. O sindicato já apresentou queixas formais ao Ministério Público do Trabalho e continua denunciando qualquer forma de assédio ou violência.

Exigências incluem piso salarial e respeito à Convenção Coletiva

Além de cobrar o pagamento do piso salarial estabelecido por lei, os grevistas exigem o cumprimento integral da Convenção Coletiva de Trabalho. Segundo o Satenpe, a Hapvida não tem respeitado acordos firmados com a mediação do TRT e do Ministério Público do Trabalho. A rede privada, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre as reivindicações.

Com a greve ganhando força, os técnicos de enfermagem prometem manter o movimento até que suas exigências sejam atendidas. O Satenpe já anunciou que novas mobilizações ocorrerão, caso a Hapvida não apresente uma resposta satisfatória. “Nossa luta é por respeito e dignidade. Não vamos parar até que nossos direitos sejam reconhecidos”, concluiu Herbert.

Movimento segue sem previsão de término

A greve dos técnicos de enfermagem da Hapvida segue sem previsão de término. A categoria, que já cumpre cinco dias de paralisação, afirma que só encerrará o movimento quando houver uma negociação concreta. Enquanto isso, o Satenpe continua articulando junto às autoridades competentes para garantir a proteção dos direitos dos trabalhadores. A rede privada ainda enfrenta pressões tanto por parte dos profissionais quanto da sociedade, que clama por uma solução rápida e justa para a situação.

Com o agravamento das condições de trabalho e a falta de resposta por parte da Hapvida, a categoria se mantém firme em sua luta.

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