sexta-feira, novembro 22

Encontro “Povos Indígenas e Justiça de Transição” promove debate sobre memória, verdade e reparação

Representantes indígenas, pesquisadores e organizações se reúnem na UnB para discutir a memória dos povos originários, justiça de transição e a criação da comissão nacional indígena da verdade.

Foto: Antônio Cruz/AGB
Na última terça-feira (29), ocorreu o encontro intitulado “Povos Indígenas e Justiça de Transição – Memória, Verdade, Reparação e Não Repetição”, que reuniu representantes indígenas, pesquisadores, professores e estudantes na Universidade de Brasília (UnB). Organizado pelo Instituto de Políticas Relacionais, em colaboração com a plataforma virtual Armazém Memória e com o apoio da Embaixada da Noruega no Brasil, o evento faz parte do projeto Centro de Referência Virtual Indígena.
Os debates abrangeram a preservação da memória dos povos indígenas, a justiça de transição como forma de reparação por violações de direitos humanos, a criação de mecanismos para evitar a repetição de tais violações e a proposta de estabelecer a Comissão Nacional Indígena da Verdade (CNIV). A diretora-geral do Instituto de Políticas Relacionais, Daniela Greeb, enfatizou o papel da organização na defesa dos direitos humanos dos povos indígenas, enquanto o líder indígena brasileiro Marcos Terena destacou a importância contínua da promoção dos direitos humanos para as diversas sociedades indígenas do Brasil.
No evento, foi apresentado o portal “Armazém Memória”, uma plataforma criada em 2001 para resgatar e compartilhar informações históricas. O projeto, coordenado pelo pesquisador Marcelo Zelic até sua morte em maio deste ano, concentra-se na história dos povos indígenas. Com um acervo digitalizado de mais de 2,28 milhões de documentos e fotografias, incluindo registros de violações de direitos durante a ditadura militar, o portal oferece uma ferramenta valiosa para a justiça de transição e reparação.
O encontro também prestou homenagem a Marcelo Zelic, com diversas manifestações de carinho e respeito por seu trabalho e legado. Entre as atividades previstas, destaca-se o plantio de 158 árvores no Santuário dos Pajés, localizado em uma área de expansão imobiliária em Brasília, como símbolo de renovação e conexão com a terra indígena.
Ao encerrar o encontro, os participantes ressaltaram a importância da colaboração entre diferentes setores da sociedade para garantir a justiça, a memória e a reparação para os povos indígenas. A iniciativa contribui para uma abordagem mais abrangente e respeitosa em relação à história e aos direitos das comunidades indígenas no Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile