segunda-feira, novembro 11

TSE Decide Nova Inelegibilidade para Bolsonaro e Braga Netto

Decisão do (TSE) Tribunal Superior Eleitoral condena ex-presidente e vice por abuso de poder político nas comemorações de 7 de setembro de 2022.

O então presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, em foto de julho de 2022 (PR/Divulgação)
O então presidente Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, em foto de julho de 2022 (PR/Divulgação)

Nesta terça-feira (31), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu uma decisão que aplicou uma nova inelegibilidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Braga Netto. O veredito é consequência de alegações de abuso de poder político durante as comemorações oficiais do 7 de Setembro de 2022, consideradas com fins eleitorais pela maioria dos ministros.

A votação no TSE resultou em um placar de 5 a 2, condenando ambos os políticos. Além disso, Bolsonaro e Braga Netto foram multados em R$ 425,6 mil e R$ 212,8 mil, respectivamente.

Vale destacar que Bolsonaro já havia sido condenado em junho deste ano por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o que o tornou inelegível até 2030. A nova decisão não acumula com a sanção anterior.

Bolsonaro e Braga Netto têm o direito de recorrer da decisão no próprio TSE e, se entenderem que houve violação da Constituição, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Argumentos e Votos dos Ministros

O ministro André Ramos Tavares foi o primeiro a votar e argumentou que a retirada da faixa presidencial e a mudança de local não são suficientes para desconsiderar o uso eleitoral do evento oficial. Ele ressaltou o uso de recursos públicos para promover o evento como parte da campanha. A ministra Cármen Lúcia, vice-presidente do TSE, enfatizou que a República exige austeridade e prudência, e que houve uma “captura da estrutura de Estado” durante o evento cívico.

Por outro lado, o ministro Nunes Marques discordou parcialmente, votando apenas pela aplicação de multa de R$ 40 mil a Bolsonaro e pela absolvição de Braga Netto. O ministro Alexandre de Moraes, último a votar, classificou o ato como eleitoreiro e autoritário, enfatizando o uso irregular das Forças Armadas.

O relator dos processos, ministro Benedito Gonçalves, defendeu a aplicação da inelegibilidade de Braga Netto após os debates realizados durante o julgamento.

Histórico das Ações

As ações analisadas pelo TSE referem-se à disputa eleitoral do ano passado, com acusações de abuso de poder político e econômico, além de conduta proibida a agentes públicos nas eleições. A campanha de Bolsonaro teria utilizado as comemorações oficiais para obter vantagem eleitoral por meio de discursos, fotos com eleitores e divulgação de propaganda.

Os advogados do ex-presidente e candidato a vice alegaram que os processos deveriam ser arquivados por questões processuais e negaram irregularidades, argumentando que Bolsonaro compareceu aos eventos na condição de presidente da República, sem comportamentos eleitorais.

O Ministério Público Eleitoral defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro e a absolvição de Braga Netto.

Outros Processos e Consequências

Em junho deste ano, Bolsonaro já havia sido condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em outra ação, relacionada a uma reunião com embaixadores em julho de 2022.

No dia 17 de outubro, o tribunal concluiu o julgamento de outras três ações, relacionadas ao uso de residências e palácios oficiais para transmissões eleitorais, arquivando-as.

A nova inelegibilidade não afeta a primeira punição, mas, em tese, Bolsonaro poderá concorrer em 2030, caso consiga derrubar as sanções em recursos futuros.

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