sábado, setembro 7

Prisão de investigados na “Última Milha” é confirmada pelo STF

Supremo Tribunal Federal mantém prisão de cinco acusados de espionagem ilegal pela Abin.

STF mantém prisão de cinco investigados no caso Abin Paralela.
STF mantém prisão de cinco investigados no caso Abin Paralela. Foto: Antônio Cruz

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão de cinco investigados na quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira (11), que apura o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O objetivo era favorecer filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores.

Os Investigados

Com a decisão do STF, permanecem presos Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influenciador digital Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército. As prisões foram mantidas após audiência de custódia realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A justificativa para a manutenção das prisões ainda não foi divulgada.

A Investigação

Segundo a Polícia Federal (PF), os cinco acusados participaram do trabalho de monitoramento ilegal, que, conforme apontado, teria sido realizado com o conhecimento do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Além disso, os investigadores apontam a utilização do programa First Mile para realizar a espionagem ilegal contra autoridades do Judiciário, do Legislativo e da Receita Federal, bem como jornalistas.

Defesas

A Agência Brasil não conseguiu localizar as defesas dos cinco acusados. Em nota, Alexandre Ramagem negou ter atuado ilegalmente durante sua gestão no órgão. Ramagem disse que não houve monitoramento ilegal de autoridades. Segundo ele, os nomes que aparecem na investigação surgiram em mensagens de WhatsApp e conversas de outros investigados na operação.

Declaração de Ramagem

“Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas, na verdade, não. Elas não se encontram em First Mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, portanto, são informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, afirmou Ramagem. Além disso, ele também negou que tenha favorecido o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Ações Clandestinas

Segundo a PF, as ações clandestinas de monitoramento também ocorreram contra três auditores da Receita Federal responsáveis pela investigação sobre “rachadinha” no gabinete de Flávio quando ele ocupava o cargo de deputado estadual. De acordo com Ramagem, “não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro”. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial.

Posicionamento de Flávio Bolsonaro

Ontem (11), o senador Flávio Bolsonaro negou qualquer favorecimento e afirmou que a divulgação do relatório de investigação da PF tinha o objetivo de prejudicar a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro. “Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais; portanto, não havia, de fato, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura do delegado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”, afirmou Flávio.

Até o momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre o caso.

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