A alta concentração de açúcar no sangue aumenta os riscos de infecções, tornando a vacinação crucial
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O Brasil enfrenta um desafio crescente no que diz respeito à saúde pública: o diabetes atinge mais de 16 milhões de pessoas no país, com projeções alarmantes que sugerem que esse número pode chegar a 21 milhões até 2030, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde. O que muitas vezes não é amplamente compreendido é que o diabetes pode agravar infecções, tornando a vacinação uma medida fundamental para pacientes diabéticos.
Ana Paula Burian, coordenadora dos centros de referência em imunobiológicos especiais (CRIEs) de Vitória desde 2004 e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que o diabetes é uma das condições que dá direito aos pacientes, tanto da rede pública quanto privada, a acessar a imunização especial.
O elevado nível de açúcar no sangue, comum em pessoas com diabetes, pode prejudicar os mecanismos do sistema imunológico, aumentando o risco de infecções e de complicações mais graves. Entre os principais riscos está a hepatite B. Ana Paula Burian enfatiza: “O sangue mais doce facilita a proliferação de bactérias, vírus e outros micro-organismos.
A hepatite B e o diabetes têm um risco duplo. Se uma pessoa com diabetes contrai a hepatite B, a evolução para câncer de fígado e cirrose hepática é mais rápida, além de descompensar o diabetes, levando a complicações como amputações, descompensação renal e cegueira. A combinação de hepatite B e diabetes é problemática para ambas as condições.”
A Sociedade Brasileira de Imunizações também destaca que as pessoas com diabetes têm um risco 50% maior de pneumonia pneumocócica e até 4,5 vezes maior de desenvolver doenças pneumocócicas mais graves, como meningite e sepse.
A gripe é outra doença que pode ser agravada pelo diabetes. Indivíduos com diabetes estão entre aqueles com maior probabilidade de desenvolver formas graves da gripe, necessitando de hospitalização e, em casos extremos, podendo resultar em óbito. Entre as vítimas de gripe no Brasil, sete em cada dez apresentavam alguma comorbidade, e entre essas sete, entre 20% e 30% sofriam de diabetes mellitus.
Nos CRIEs, os pacientes com diabetes têm direito à vacina contra a gripe todos os anos, bem como à vacina pneumocócica 23-valente, disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apenas para situações específicas de risco. Além disso, a situação vacinal dos pacientes em relação à hepatite B é verificada e atualizada, se necessário. A vacinação contra a hepatite B já faz parte do calendário vacinal, juntamente com a vacina pentavalente, administrada aos 2 meses, 4 meses e 6 meses de idade.
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