quarta-feira, março 12

A saída de Raquel Lyra do PSDB e o futuro da sigla em Pernambuco

A mudança de partido da governadora pode colocar Álvaro Porto no comando do PSDB e redefinir o cenário político estadual.

Álvaro Porto deverá está no comando do PSDB após saída de Raquel Lyra.
Álvaro Porto deverá está no comando do PSDB após saída de Raquel Lyra. Foto: Arthur Mota

A iminente migração da governadora Raquel Lyra para o PSD de Gilberto Kassab, prevista para 10 de março, é um movimento político que não surpreende. A mudança, entretanto, deixa o PSDB em uma encruzilhada em Pernambuco: quem assumirá o comando do partido no estado e qual será o seu futuro?

Com a saída de Raquel, o nome mais natural para liderar os tucanos pernambucanos é o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado estadual Álvaro Porto. Já filiado à legenda, Porto tem experiência política e trânsito com diversas forças políticas locais, características essenciais para reorganizar o partido e garantir sua sobrevivência no estado.

A sobrevida do PSDB em Pernambuco

O PSDB já não é a força política que foi no passado. Em âmbito nacional, enfrenta dificuldades para se manter relevante, e em Pernambuco a situação não é diferente. A saída de Raquel Lyra apenas reforça esse cenário desafiador.

Entretanto, o comando de Álvaro Porto pode dar uma sobrevida ao partido. Ele tem potencial para articular uma chapa competitiva para deputado estadual e buscar alianças estratégicas para a construção de uma chapa para deputado federal. Em um cenário onde legendas menores lutam para ultrapassar a cláusula de barreira, contar com um líder articulado pode fazer toda a diferença.

Federação ou incorporação?

Dentro do PSDB, há um debate em curso sobre qual estratégia adotar para o futuro: uma fusão com o PSD ou a formação de uma federação partidária. Alguns tucanos defendem que a incorporação ao PSD garantiria mais força política e acesso a recursos, mas há uma ala resistente a essa ideia.

A alternativa da federação permitiria ao PSDB manter sua identidade e, ao mesmo tempo, formar alianças estratégicas para garantir sua viabilidade eleitoral. Caso essa estratégia se concretize, a sigla pode se fortalecer em Pernambuco, especialmente se conseguir agregar partidos que compartilham interesses e bases eleitorais semelhantes.

Álvaro Porto e o xadrez político de 2026

Caso assuma o comando do PSDB em Pernambuco, Álvaro Porto se colocará como uma peça-chave no xadrez político para as eleições de 2026. A liderança de um partido relevante, ainda que enfraquecido, pode ampliar sua influência e abrir caminho para voos mais altos.

Seja como articulador de chapas proporcionais, seja como um nome forte para compor alianças futuras, Porto tem a oportunidade de transformar o PSDB em um instrumento político relevante no estado. Claro, tudo dependerá de sua habilidade em costurar apoios e evitar que o partido se torne apenas uma sigla figurativa.

A saída de Raquel Lyra do PSDB é um marco na reorganização partidária de Pernambuco. Se o partido quiser continuar relevante, precisará de uma liderança forte e de estratégias bem definidas. Álvaro Porto tem o perfil para essa missão, mas precisará de habilidade política para consolidar o PSDB em um cenário cada vez mais fragmentado. O futuro do partido no estado está em jogo, e as decisões tomadas nos próximos meses definirão seu destino.

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