quarta-feira, março 12

Raquel Lyra e o PSDB: o tempo se esgota para a governadora

Com indefinição no PSDB, Raquel Lyra busca uma sigla forte para 2026 e avalia alianças com Lula e a base governista.

Governadora de Pernambuco impõe prazo ao PSDB e pode migrar para MDB ou PSD para fortalecer sua reeleição em 2026.
Governadora de Pernambuco impõe prazo ao PSDB e pode migrar para MDB ou PSD para fortalecer sua reeleição em 2026. Foto: Divulgação/PSDB

✍️ Por Sanchilis Oliveira

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), parece estar cada vez mais próxima de uma decisão definitiva sobre seu futuro partidário. Em recente reunião com o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo. A gestora externou sua insatisfação com a indefinição que cerca a legenda e indicou que sua permanência depende da conclusão da fusão do partido, que pode ocorrer tanto com o MDB quanto com o PSD. Entretanto, caso o processo se arraste por mais tempo, a governadora já sinaliza a intenção de buscar outro caminho para garantir a viabilidade de seu projeto de reeleição em 2026.

A possibilidade de migração para o MDB, embora politicamente interessante, encontra resistências internas. O partido em Pernambuco está sob o comando do ex-deputado Raul Henry, aliado do ex-governador Jarbas Vasconcelos e próximo ao prefeito do Recife, João Campos (PSB). Potencial adversário de Raquel Lyra na próxima disputa estadual. O ingresso da governadora na legenda poderia provocar tensões internas, exigindo uma reconfiguração do diretório estadual para acomodar seu grupo político.

MDB ou PSD qual será o destino de Raquel?

Por outro lado, o PSD surge como uma alternativa viável, especialmente por sua capacidade de transitar entre diferentes espectros políticos e sua proximidade com o governo federal. No entanto, a postura ambígua do partido em nível nacional. Oscilando entre oposição e base governista, pode não ser a melhor opção para Lyra. Que busca um alinhamento mais claro com o presidente Lula e o PT para garantir apoio federal e a liberação de recursos estratégicos para Pernambuco.

A movimentação da governadora também se insere no contexto da disputa nacional de 2026. O presidente Lula tem interesse em manter um palanque amplo no estado, assim como ocorreu em 2006. Quando contou tanto com Eduardo Campos (PSB) quanto com Humberto Costa (PT). Dessa forma, atrair Raquel Lyra para um partido da base governista poderia ser uma estratégia para fragmentar a oposição e enfraquecer a candidatura de João Campos, caso este se lance na disputa pelo governo do estado.

O fato é que Raquel Lyra já sinalizou que não pretende permanecer em uma legenda sem perspectivas de crescimento ou definição estratégica. A fusão do PSDB com outra sigla pode ser o fator determinante para sua decisão final, mas se o processo se prolongar indefinidamente, a governadora pode antecipar sua saída e consolidar sua filiação em um partido que lhe garanta segurança política e estrutura para a reeleição. O prazo está se esgotando, e seu próximo movimento poderá redesenhar o tabuleiro político de Pernambuco.

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