quinta-feira, novembro 21

PIB do Brasil cresce 0,1% no 3º trimestre de 2023, mantendo trajetória de recuperação pós-pandemia

Economia brasileira registra terceiro trimestre consecutivo de crescimento do PIB, com destaque para setores específicos e desafios persistentes.

PIB do Brasil cresce. Foto: CNI/ José Paulo Lacerda
PIB do Brasil cresce. Foto: CNI/ José Paulo Lacerda

A economia brasileira apresentou um aumento de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) durante o terceiro trimestre de 2023, consolidando uma recuperação contínua após a queda de 0,1% no último trimestre do ano anterior. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira revelam uma retomada firme, colocando o PIB 7,2% acima do nível pré-pandemia, registrado no final de 2019.

No acumulado de janeiro a setembro, a economia brasileira apresentou um crescimento de 3,2%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 2,741 trilhões no terceiro trimestre.

Setores em Foco 📈📊

Entre os três principais setores econômicos, Indústria e Serviços cresceram 0,6%, enquanto a Agropecuária registrou uma queda de 3,3% no mesmo período. O setor de Serviços, que representa cerca de 67% da economia, teve destaque nas atividades financeiras, seguros e serviços relacionados, com um aumento de 1,3%. No entanto, o setor de transporte, armazenagem e correio enfrentou uma queda de 0,9%, especialmente devido ao transporte de passageiros.

Na Indústria, o setor de eletricidade e gás foi o único a apresentar crescimento significativo, com 3,6%, impulsionado pelo aumento do consumo de energia. Já a construção teve uma queda de 3,8% no período, atribuída a juros elevados e redução na ocupação.

A Agropecuária, por sua vez, registrou sua primeira queda em cinco trimestres, recuando 3,3%. Segundo o IBGE, isso era esperado devido à saída da safra da soja, a maior lavoura brasileira, concentrada no primeiro semestre.

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Investimentos e Consumo 📉🛒

No cenário de investimentos, o período de julho a setembro viu uma queda de 2,5% nos investimentos, marcando a quarta redução consecutiva. A coordenadora do IBGE, Rebeca Palis, atribuiu esse declínio à política monetária contracionista, impactando a construção e a produção e importação de bens de capital.

Apesar disso, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 1,1%, impulsionada pelos programas de transferência de renda do governo, melhorias no mercado de trabalho e inflação mais baixa. No entanto, os juros elevados ainda afetam o consumo de bens duráveis.

Setor Externo e Comparação Anual 🌐📊

Comparando com o segundo trimestre de 2023, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 3%, enquanto as Importações caíram 2,1%. Destaques nas exportações incluem agropecuária, extrativa mineral, derivados do petróleo, produtos alimentícios e serviços. Por outro lado, as importações foram impactadas negativamente por quedas em máquinas e equipamentos, produtos químicos, derivados de petróleo e produtos farmacêuticos.

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Na comparação anual, o PIB cresceu 2%, com a Agropecuária liderando o aumento com 8,8%. As atividades industriais cresceram 1%, enquanto o setor de Serviços teve um aumento de 1,8%. A Despesa de Consumo das Famílias aumentou 3,3%, impulsionada pelos auxílios governamentais e melhorias no mercado de trabalho.

Desafios Persistentes e Perspectivas Futuras ⚠️🔮

Apesar dos números positivos, desafios persistem, como a queda nos investimentos e os juros elevados que impactam o consumo. A inflação em desaceleração é uma boa notícia, mas as famílias continuam endividadas. O setor da construção enfrenta um ano desafiador, enquanto o setor agropecuário, embora tenha registrado queda esperada, mantém um desempenho positivo no acumulado do ano.

Em um cenário global, as exportações foram impulsionadas por recordes nas safras de soja e milho, enquanto as importações enfrentaram quedas em bens de capital. A comparação anual mostra um crescimento consistente, mas é fundamental monitorar os indicadores de investimentos e consumo para uma visão mais abrangente do cenário econômico brasileiro.

O IBGE reitera que o Sistema de Contas Nacionais fornece uma visão abrangente dos diversos setores, orientando análises mais aprofundadas para compreensão plena da dinâmica econômica do país. A pesquisa, iniciada em 1988, continua a ser uma ferramenta crucial para avaliar o desenvolvimento econômico do Brasil.

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