As dores que viram arte: por que a música romântica nos entende tão bem?
Artistas que marcaram a música Brasileira. Foto: IA/ Divulgação
Quem já não chorou ao som de uma canção de amor perdida? O fim de uma relação pode doer tanto quanto a morte. A psicologia descreve esse processo em fases — negação, raiva, barganha, depressão e aceitação (Kübler-Ross, 1998) —, mas no Brasil essa dor nunca ficou trancada em silêncio. Ela foi cantada, compartilhada e transformada em trilha sonora da nossa vida coletiva. A música romântica se tornou aquilo que José Ramos Tinhorão (1974) chamou de “crônica sentimental da sociedade”: um espelho de nossas feridas, mas também um alívio para elas.
Raiva, saudade e catarse em versos
Lupicinio Rodrigues – “Vingança” (1951)
A raiva, como lembra Kübler-Ross (1998), é a tentativa de transferir a dor ao outro, de desejar que el...