Sindicato questiona exclusão da comunidade no processo de seleção. Secretaria de Educação defende critérios técnicos na escolha de gestores.
A divulgação dos nomes dos candidatos deferidos no processo seletivo interno para gestores escolares de Escada gerou reações diversas. Enquanto a Secretaria de Educação defende o caráter técnico e meritocrático da seleção, o Sindprome (Sindicato dos Professores do Município de Escada) criticou o modelo adotado, apontando falta de participação democrática e transparência.
O Posicionamento do Sindprome
Em nota oficial, o sindicato afirmou que o processo, conduzido pela secretária de Educação, Aparecida Albuquerque, exclui a comunidade escolar de uma decisão que impacta diretamente o ambiente educacional. Para o Sindprome, a escolha dos gestores foi uma “nomeação unilateral”, desconsiderando a voz de pais, mães, alunos e funcionários.
“A escolha de diretores e coordenadores, sem o envolvimento da comunidade escolar, reflete uma abordagem autoritária que ignora o princípio da gestão democrática”, destaca a nota. Segundo o sindicato, a restrição das inscrições a grupos de WhatsApp das escolas é um exemplo de falta de transparência, prejudicando a ampla divulgação e a igualdade de participação.
O sindicato ainda comparou o processo a uma “pseudo-democracia”, uma vez que as decisões finais ficaram sob o controle da Secretaria de Educação e da prefeita, desconsiderando práticas inclusivas que fortalecem a gestão democrática.
O Contraponto da Secretaria
Por outro lado, a Secretaria de Educação afirma ter estabelecido o modelo de seleção dentro dos critérios legais, conforme o Decreto nº 002/2024. A pasta destaca que priorizou profissionais capacitados da própria rede municipal, garantindo que os gestores escolhidos possuam conhecimento técnico e experiência prática.
A Secretaria assegura que formou a Comissão de Fiscalização com membros da gerência educacional e do monitoramento educacional para garantir um processo criterioso e imparcial. Além disso, defende que optou pela escolha interna como estratégia para valorizar os educadores locais e fortalecer a rede pública de ensino.
Gestão Democrática em Debate
O impasse entre as visões destaca a tensão entre critérios técnicos e a necessidade de ampliar a participação democrática nas decisões educacionais. O Sindprome argumenta que a exclusão da comunidade escolar compromete o engajamento e a eficácia da gestão, enquanto a Secretaria defende que a seleção interna promove eficiência e agilidade no preenchimento dos cargos.
Especialistas em educação apontam que a gestão democrática é um pilar fundamental para o sucesso das políticas educacionais. Contudo, há desafios em equilibrar processos técnicos e a ampla participação social, especialmente em contextos de recursos limitados e demandas urgentes.
A seleção dos gestores escolares para 2025 em Escada lança luz sobre um debate maior: como conciliar eficiência administrativa e gestão participativa na educação pública? O descontentamento do sindicato e de outros setores da sociedade civil pode ser um indicativo da necessidade de reformular os processos, incorporando elementos que fortaleçam a confiança e o diálogo entre todas as partes envolvidas.
A expectativa agora recai sobre os resultados práticos da gestão escolhida. Caso os novos gestores obtenham melhorias significativas nos indicadores educacionais e no ambiente escolar, isso poderá mitigar as críticas. No entanto, se os desafios persistirem, a questão da democratização no processo decisório continuará sendo pauta prioritária.
Confira a lista completa dos gestores selecionados:
CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.