sábado, setembro 7

Na Bolívia militares tentam golpe de estado

Bolívia vive momento de tensão com tentativa de golpe militar liderado por general destituído.

Soldado em veículo blindado é visto na Praça Murillo, onde fica o palácio presidencial da Bolívia, em La Paz - Aizar Raldes - 26.jun.24
Soldado em veículo blindado é visto na Praça Murillo, onde fica o palácio presidencial da Bolívia, em La Paz – Aizar Raldes – 26.jun.24

Nesta quarta-feira (26), militares das Forças Armadas da Bolívia, liderados pelo general destituído Juan José Zúñiga, tentaram dar um golpe de Estado. O grupo tomou a praça em La Paz, onde fica o palácio presidencial, e adentrou o prédio. O presidente boliviano, Luis Arce, ordenou que Zúñiga desmobilize as tropas imediatamente, enquanto Evo Morales convoca uma “mobilização nacional pela democracia”.

Nesta quarta-feira, militares das Forças Armadas da Bolívia tentaram dar um golpe de Estado, pois o general Juan José Zúñiga, destituído do cargo na terça-feira (25), liderou a tomada da praça em La Paz onde fica o palácio presidencial. Os soldados, então, adentraram o prédio.

Vídeos que circulam na internet mostram um blindado do Exército se chocando contra a entrada do palácio presidencial. Em seguida, soldados foram vistos entrando no prédio. Antes disso, tropas marcharam pelas ruas da capital, porque estavam sob o comando de Zúñiga.

Reação do Governo

Luis Arce, presidente da Bolívia, ordenou que Zúñiga desmobilizasse as tropas imediatamente. Ele denunciou a “mobilização irregular” de unidades do Exército no início da tarde. Evo Morales, por sua vez, convocou uma “mobilização nacional pela democracia”, pois considerou a ação uma ameaça ao governo democrático.

Discurso do General Zúñiga

O general Zúñiga declarou que “por enquanto” reconhece Arce como chefe das Forças Armadas. Contudo, afirmou que haverá uma troca ministerial no governo, justificando que “os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância. Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito”.

De acordo com o jornal boliviano El Deber, Zúñiga entrou no palácio, conversou com Arce e depois saiu do prédio. O veículo argentino Clarín afirma que Arce ordenou que Zúñiga se retirasse. Tropas dispararam bombas de gás contra pessoas que tentaram entrar na Praça Murillo, onde fica a sede da Presidência boliviana.

Antes de entrar no palácio, Zúñiga fez um curto pronunciamento: “Parem de destruir o país, parem de empobrecer o país, parem de humilhar o Exército”, afirmou. Insistiu que a ação tinha o apoio da população boliviana. Zúñiga foi removido do cargo depois de uma série de ameaças contra Evo Morales.

Reação de Evo Morales

Embora o atual presidente Arce tenha sido ministro da Economia de Evo e candidato de seu partido nas eleições de 2020, os dois se afastaram nos últimos anos. Zúñiga vinha dizendo que Evo “não pode mais ser presidente desse país”, fazendo alusão a uma suposta ingerência do ex-presidente no governo.

Nesta quarta-feira, Evo convocou apoiadores a uma “mobilização nacional pela democracia” contra “o golpe de Estado encabeçado pelo general Zúñiga”. Ele também convocou uma greve geral com bloqueio de rodovias. “Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo”, declarou.

Condenação Internacional

O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o uruguaio Luís Almagro, condenou a movimentação do Exército. Ele afirmou que a Força “deve se submeter ao controle civil legitimamente eleito”. Em suma, a situação na Bolívia é tensa, com mobilizações de ambos os lados e um futuro incerto para o país.

🇧🇴✨ Em um momento de grande tensão, a Bolívia enfrenta uma crise política que pode mudar os rumos da nação. A mobilização popular e a reação do governo serão decisivas nos próximos dias. Vamos acompanhar de perto os desdobramentos deste cenário conturbado. 📰

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