Movimentações nos bastidores da política pernambucana indicam possíveis mudanças nas alianças partidárias para as próximas eleições.
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O cenário político em Pernambuco está passando por uma reviravolta, com o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Jarbas Vasconcelos dando indícios de que pode abandonar a aliança histórica com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e buscar novos horizontes políticos ao lado da Governadora Raquel Lyra. Essa movimentação tem gerado especulações e debates intensos nos bastidores políticos do estado.
A aposentadoria do ex-senador Jarbas Vasconcelos há poucas semanas deixou o PSB em uma posição delicada, já que a legenda desempenhou um papel fundamental em sua eleição. A mudança de rumo é evidenciada principalmente pelo deputado estadual Jarbas Filho, que se elegeu pelo PSB, mas agora é chamado nos bastidores de “traidor” por seus correligionários. A relação partidária, que já estava desgastada, parece ter atingido um ponto crítico.
Um membro do PSB, que preferiu não se identificar, comentou: “Jarbas Filho se filiou ao PSB para ter uma chapa e se eleger. O PSB colocou bases para ajudar na eleição dele e teve sucesso. No acordo, já estava previsto que ele sairia depois do PSB e voltaria ao MDB. O problema é que, antes mesmo de sair, ele está fazendo oposição ao PSB e batendo no PSB. Ele se elegeu no partido e bate nele?”.
Nesse meio tempo, uma divergência se abriu quando o suplente Davi Muniz entrou na Justiça pedindo para assumir o mandato. Inicialmente, o movimento foi interpretado como uma retaliação do partido, mas aliados afirmam que não foi o caso. Segundo eles, Jarbas Filho já havia rompido com o PSB antes dessa ação.
No PSB, há a certeza de que o senador Fernando Dueire está trabalhando para sua saída do partido. “Dueire não vai dar ponto sem nó. Ele não acha que vai ser o senador de João Campos. Ele gostou da cadeira de senador, mas sabe que na chapa do PSB a concorrência está grande e ficando cada vez maior”, afirma uma fonte próxima ao prefeito.
Enquanto no MDB, a ideia parece ser estimular a dúvida sobre os rumos do partido para as eleições de 2024. Um integrante da legenda ressaltou: “Eduardo Campos mesmo dizia que o aliado cooptado perde o valor, a obsessão virava o próximo a ser convertido. Em todo governo, há duas colunas. A coluna do poder político e a coluna da gestão. O MDB (até aqui) tem ajudado ela (Raquel Lyra) a fazer as entregas. A opção (pela coluna de poder político) é dela”.
Caso ocorra um racha na aliança entre MDB e PSB, é possível que nem todos os membros acompanhem os novos rumos. O vereador Samuel Salazar, do MDB, é considerado um forte aliado do prefeito João Campos e tem marcada presença em eventos da Prefeitura do Recife.
Uma das especulações em torno da nova configuração política inclui a possível nomeação do ex-deputado federal Raul Henry para a Secretaria de Educação, cargo que ele já ocupou nos governos de Jarbas Vasconcelos. Um membro do PSB sugere: “O MDB deve assumir a educação, no lugar de Ivoneide”.
Enquanto isso, Raquel Lyra já parece estar pensando adiante, visando as eleições de 2026. Segundo um aliado do PSB, “Ela conta que não vai tomar a prefeitura de João Campos e quer tirar o MDB do palanque”.
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