Prefeitura de Escada abre licitação de R$ 12,4 milhões para reforma do mercado público, com obras previstas em até 360 dias.

A Prefeitura de Escada, na Mata Sul de Pernambuco, lançou edital de concorrência pública para contratar empresa especializada na reforma do mercado público municipal. O valor estimado da obra é de R$ 12.450.516,20 e o prazo previsto de execução é de 360 dias.
Empréstimo de R$ 60 milhões junto à Caixa
A iniciativa ocorre no mesmo período em que a gestão da prefeita Mary Gouveia (PL) contraiu um empréstimo de R$ 60 milhões com a Caixa Econômica Federal, autorizado pela Câmara de Vereadores, para financiar obras de infraestrutura na cidade.
Esse montante, um dos maiores contratos de crédito da história do município, coloca em debate a capacidade de endividamento da Prefeitura e a destinação dos recursos, já que a gestão aplicará parte deles em projetos de urbanização e requalificação, como a reforma do mercado público.
Justificativas da gestão
De acordo com o Estudo Técnico Preliminar, a obra no mercado é considerada prioritária para a economia local. O documento aponta sérios problemas estruturais e sanitários, como infiltrações, redes elétrica e hidráulica obsoletas, pisos danificados, deficiência em banheiros e ausência de acessibilidade.
A Prefeitura defende que a modernização irá garantir segurança alimentar, melhores condições de trabalho para comerciantes, acessibilidade universal e revitalização do centro urbano.
Detalhes da licitação
O edital estabelece a contratação por concorrência eletrônica na modalidade menor preço global, utilizando a plataforma Bolsa Nacional de Compras (BNC).
- Recebimento de propostas: de 21 de agosto até 5 de setembro de 2025
- Abertura das propostas: 5 de setembro, às 8h
- Sessão de disputa de preços: 5 de setembro, às 9h
A obra contempla serviços de terraplanagem, fundação, instalações elétricas e hidráulicas, climatização, drenagem, pavimentação, paisagismo e acessibilidade.
Impactos esperados
O projeto lista como resultados principais:
- Melhorias nas condições sanitárias e de higiene;
- Apoio ao comércio popular e geração de renda;
- Organização do espaço urbano e maior atratividade da cidade;
- Preservação do patrimônio público e valorização do centro.
Críticas ao valor da obra
Apesar dos benefícios esperados, o custo de R$ 12,4 milhões para reformar um único mercado público tem gerado questionamentos. Para especialistas em gestão municipal, o montante é elevado quando comparado ao orçamento médio de cidades do porte de Escada.
O fato de a Prefeitura já ter recorrido a um empréstimo de R$ 60 milhões aumenta a preocupação quanto ao endividamento futuro do município. A Prefeitura precisará pagar esse valor nos próximos anos, o que pode comprometer investimentos em áreas igualmente prioritárias, como saúde, educação e saneamento básico.
Além disso, críticos da oposição e parte da sociedade civil defendem que obras desse porte devem passar por maior debate público e controle social, já que envolvem recursos significativos em um município com indicadores sociais desafiadores.
Divergência de visões
Enquanto a gestão municipal apresenta o projeto como estratégico para o desenvolvimento econômico, analistas defendem que seria necessário avaliar a proporcionalidade dos gastos e o impacto da dívida contraída para financiar intervenções urbanas.
Nesse cenário, a obra do mercado público representa um teste de transparência e eficiência para a administração, que terá de demonstrar não apenas a viabilidade técnica, mas também a responsabilidade fiscal diante de um orçamento pressionado.
A reforma do mercado público de Escada é anunciada como um marco para o comércio e a modernização urbana. No entanto, o alto custo da obra e o endividamento de R$ 60 milhões junto à Caixa Econômica levantam dúvidas sobre a sustentabilidade financeira da iniciativa.
O desafio da gestão será equilibrar a necessidade de requalificar equipamentos públicos com o compromisso de manter as contas em dia e garantir que a população sinta, de fato, os benefícios do investimento.
CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.