quinta-feira, novembro 21

Gestão Mano Medeiros persegue ambulantes em Prazeres

Reeleito, prefeito de Jaboatão Mano Medeiros ordena operação, que teve uso de força contra ambulantes no Mercado das Mangueiras.

Prefeito de Jaboatão dos Guararapes mano Medeiros do PL, reeleito com mais de 180 mil votos. Foto - Divulgação
Prefeito de Jaboatão dos Guararapes mano Medeiros do PL, reeleito com mais de 180 mil votos. Foto – Divulgação

Na última sexta-feira (1º/11), uma ação da Guarda Municipal de Jaboatão dos Guararapes gerou indignação entre trabalhadores informais. Sem diálogo ou aviso prévio, a prefeitura, sob ordem do prefeito reeleito Mano Medeiros (PL), mobilizou a guarda para confiscar mercadorias de ambulantes no bairro de Prazeres, nas imediações do Mercado das Mangueiras. Durante a operação, relatos de agressões e uso excessivo de força pela guarda foram compartilhados por testemunhas em vídeos que circulam nas redes sociais, ressaltando a falta de alternativas oferecidas aos trabalhadores que dependem das ruas para seu sustento.

Sem diálogo ou alternativas, prefeitura de Jaboatão realiza ação truculenta contra ambulantes no bairro de Prazeres. Foto: Reprodução / Redes Sociais

Reação dos ambulantes

Ambulantes afirmaram que a operação foi abrupta e que, além disso, a prefeitura não procurou dialogar sobre possíveis soluções para a regularização de suas atividades. Para muitos, as vendas de produtos nas ruas representam a única fonte de renda. A prefeitura, no entanto, executou a ação sem oferecer alternativas de realocação ou apoio para esses trabalhadores. Consequentemente, um clima de insegurança e revolta foi criado entre os envolvidos.

Além disso, a ação da guarda municipal levantou discussões sobre os limites da repressão ao trabalho informal. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, moradores e trabalhadores que presenciaram a operação criticaram a postura da atual administração. A falta de comunicação e as cenas de violência, segundo os comerciantes, demonstraram, assim, insensibilidade por parte do governo municipal, que deveria buscar soluções mais pacíficas e inclusivas.

Contexto do trabalho informal em Jaboatão

O crescimento do trabalho informal em Jaboatão reflete a realidade socioeconômica de muitos municípios brasileiros, onde o desemprego e a necessidade de subsistência levam muitos a buscar alternativas nas ruas. Os ambulantes argumentam que, com a ausência de políticas de emprego, o comércio de rua se tornou uma saída necessária. De acordo com um vendedor local, “a prefeitura não oferece opções, mas espera que a gente desapareça das ruas sem nos ajudar a sobreviver”.

Em resposta, a prefeitura argumentou que a ação visou o ordenamento urbano e o combate à ocupação irregular de espaços públicos. No entanto, críticos questionam a abordagem violenta e destacam que a repressão sem alternativas resulta em vulnerabilidade para famílias que dependem desses trabalhos para o sustento.

Alternativas e soluções

Especialistas em políticas públicas sugerem que a prefeitura deveria desenvolver programas de apoio e diálogo com os ambulantes, ao invés de medidas repressivas. O apoio aos trabalhadores informais, como espaços regulamentados de comércio, poderia minimizar conflitos e proporcionar uma fonte de renda digna para muitos que dependem do comércio ambulante.

A medida poderia beneficiar ambas as partes, mantendo a organização urbana e garantindo que as famílias desses profissionais possam contar com alguma segurança financeira. Na visão de especialistas, essa abordagem equilibrada é a chave para resolver a questão, especialmente em cidades onde o trabalho informal desempenha um papel essencial na economia.

A crítica da população e o pedido de diálogo

A operação da Guarda Municipal repercutiu intensamente nas redes sociais. Moradores de Jaboatão e lideranças comunitárias criticaram o que consideram uma atitude autoritária da administração de Mano Medeiros. Eles apontam que o diálogo poderia ter evitado o episódio de violência e pedido que o governo reavalie a sua abordagem.

Na ausência de alternativas, a apreensão das mercadorias representa, para muitos ambulantes, a perda de seus recursos essenciais, agravando ainda mais a situação de precariedade. Em tempos de crise econômica, o trabalho informal cresce, e ações sem planejamento acabam por acirrar tensões e aumentar a vulnerabilidade social.

A ação em Jaboatão dos Guararapes trouxe à tona a necessidade de uma abordagem mais inclusiva no trato com trabalhadores informais. Movimentos sociais e associações de trabalhadores pedem que o prefeito e sua equipe revisem as políticas para o comércio ambulante, considerando a criação de espaços regulamentados que possam acolher esses profissionais. Dessa forma, seria possível construir um ambiente de trabalho que favoreça tanto a organização urbana quanto a dignidade dos trabalhadores.

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