sábado, agosto 16

Dani Portela contesta acusações de favorecer parente do marido

Deputada Dani Portela rebate denúncia sobre contrato com empresa ligada a familiar, defende legalidade e fala em manobra para desviar foco da CPI.

Denúncia e resposta: Dani Portela contesta acusações
Dani Portela afirma que contrato é legal e denuncia tentativa de intimidação; caso ainda está sob análise de órgãos de controle. Foto: Roberto Soares

Uma denúncia protocolada em órgãos de controle estaduais no dia 22 de julho e enviada a autoridades e à imprensa pernambucana. Aponta possíveis irregularidades na contratação, com verba de gabinete, da empresa Coutinho Assessoria Ltda. pelo gabinete da deputada estadual Dani Portela (PSOL).

Segundo o documento, a empresa pertence a Wildson Pinto Coutinho, identificado como tio do marido da parlamentar, o militante Jesualdo Campos. O texto também afirma que o proprietário criou a empresa em julho de 2023, cinco meses após Dani assumir o mandato, e iniciou a prestação de serviços apenas 24 dias após a abertura.

De acordo com dados do Portal da Transparência da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O gabinete utilizou R$ 1,24 milhão de verba indenizatória, destinando 37% — cerca de R$ 457 mil — à Coutinho Assessoria. A denúncia sugere que o gabinete pode ter repassado parte desses valores ao marido da deputada, hipótese que as autoridades ainda apuram.

O documento também ressalta que a empresa não possui sede própria, operando a partir de um coworking no bairro da Boa Vista, no Recife, e não apresenta registros públicos de site, redes sociais ou portfólio.

A defesa de Dani Portela

Em resposta, Dani Portela afirmou receber a denúncia “com indignação, mas não com surpresa”, classificando-a como infundada.

“Todos os contratos de prestação de serviços ligados ao meu gabinete são regidos pela mais absoluta legalidade, sendo submetidos à análise rigorosa da procuradoria da Alepe e passando por auditorias anuais, não havendo qualquer irregularidade identificada”, declarou.

A deputada explicou que a empresa presta serviços de automatização dos dados do gabinete, de forma presencial e com expediente diário na Alepe, e que a remuneração é compatível com o mercado.

Ela também destacou que seu mandato já devolveu cerca de R$ 200 mil de verba indenizatória aos cofres públicos ao longo de três anos.

Acusação de manobra política

Dani Portela afirmou acreditar que a denúncia constitui “uma cortina de fumaça” para desviar o foco de outras investigações, como supostas irregularidades em contratos bilionários de publicidade e denúncias sobre uma rede de perfis que, segundo ela, poderiam ser financiados com dinheiro público para atacar opositores políticos.

“Essa cortina de fumaça direcionada a mim nada mais é do que uma tentativa desesperada de intimidar uma parlamentar eleita e tirar o foco da real questão: os fatos a serem apurados na CPI. Não nos intimidaremos e não retrocederemos”, afirmou.

Os órgãos de controle que receberam a denúncia poderão abrir investigação formal para apurar a regularidade do contrato. Caso as autoridades constatem irregularidades, elas poderão aplicar sanções administrativas e judiciais.

A Alepe ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso ou sobre a manifestação da deputada.

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