sábado, julho 27

Anvisa aprova novo medicamento para prevenção do HIV

 O medicamento registrado pela Agência para prevenir o HIV é o primeiro que dispensa a ingestão de um comprimido diário.

Foto:Divulgação
A Anvisa registrou,
no último dia 5 de junho, o medicamento Apretude® (cabotegravir), nas
formas farmacêuticas comprimido e suspensão injetável, com a indicação
de prevenção do contágio pelo vírus HIV. O Apretude® foi aprovado para
uso em indivíduos com pelo menos 35 kg. 

O cabotegravir é um
antirretroviral da classe dos inibidores da enzima integrase, que impede
a inserção do DNA viral do HIV no DNA humano. Trata-se de um mecanismo
de ação que evita a replicação, ou seja, a reprodução do vírus e sua
capacidade de infectar novas células.

O medicamento
injetável representa uma nova opção, pois pode prevenir o HIV sem a
necessidade de se tomar um comprimido todos os dias. 

A indicação de uso do
medicamento faz parte de uma estratégia de prevenção combinada ao vírus
da imunodeficiência humana (HIV), na profilaxia pré-exposição (PrEP)
para reduzir o risco de HIV-1 adquirido sexualmente em adultos com risco
aumentado de contrair a infecção. A profilaxia pré-exposição é um
método de prevenção que consiste no uso de antirretrovirais
(medicamentos utilizados para o tratamento de infecções por retrovírus,
especialmente o vírus HIV) por pessoas que não estão infectadas, mas que
se encontram altamente vulneráveis a esse vírus.

O Apretude® injetável
deve ser administrado a cada dois meses, representando assim mais uma
alternativa para a PrEP e um tratamento com menos desafios de adesão. 

Já o Apretude®
comprimido oral é indicado para avaliar a tolerabilidade ao
cabotegravir, isto é, a capacidade do indivíduo de suportar os efeitos
do medicamento antes da administração do cabotegravir injetável, ou como
terapia preventiva pré-exposição ao vírus para aqueles que perderam a
dose programada do medicamento injetável. 

O Apretude®
demonstrou reduzir o risco de infecção pelo HIV-1 adquirido sexualmente
em pessoas com peso corporal igual ou superior a 35 kg e em risco de
contrair a infecção pelo HIV-1 (vírus mais comum, responsável por grande
parte dos casos de Aids no mundo). 

O medicamento não deve ser usado sem a confirmação de um teste de HIV negativo, ou seja, ele só deve ser prescrito para indivíduos confirmados como HIV negativos. Para reduzir o risco de desenvolver resistência ao medicamento, o teste de HIV deve ser feito antes do início do uso do medicamento e antes de cada nova injeção.

Uso oral (comprimidos)

O Apretude® comprimido, também registrado pela Anvisa no dia 5 de junho, é indicado como medicamento preventivo, como parte de uma estratégia de prevenção combinada ao vírus HIV, na profilaxia pré-exposição para
reduzir o risco de HIV-1 adquirido sexualmente em pessoas com pelo
menos 35 kg e com risco aumentado de adquirir a infecção.
 

O medicamento não é uma vacina 

Apesar de o Apretude®
representar mais uma estratégia no combate à transmissão do vírus HIV,
ele não pode ser considerado uma vacina, pois não ativa o sistema
imunológico na produção de anticorpos para combater o vírus e nem impede
a transmissão da doença. 
 

Uma vacina protege por muito tempo ou mesmo pela vida inteira. Já a PrEP
funciona de forma diferente, ou seja, a proteção é fornecida pelo
bloqueio dos caminhos que o vírus percorre para infectar a célula
humana. Assim, se a pessoa abandonar o tratamento, o medicamento deixa
de funcionar e
de proteger contra o HIV.
 

Uso da profilaxia p-exposição ao HIV no Brasil 

A PrEP começou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no final de 2017, de forma gradual, por meio de um medicamento de uso oral e diário: a combinação de dois antirretrovirais (tenofovir e entricitabina) em um só comprimido 

De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pré-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV (PCDT-PrEP), publicado pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2022), a profilaxia p-exposição (PrEP, do inglês Pre-Exposure Prophylaxis)
contra o vírus da imunodeficiência adquirida consiste no uso de
antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV.
Essa estratégia se mostrou eficaz e segura em pessoas com risco
aumentado de adquirir a infecção.
 

O cabotegravir injetável chega como uma nova opção, especialmente para pessoas com dificuldade em aderir ao uso da PrEP oral e diária. Entretanto, a incorporação do tratamento pelo SUS é uma decisão do Ministério da Saúde (MS). 

O MS é o responsável pela atualização do PCDT-PrEP e recomenda a profilaxia/prevenção para pessoas sexualmente ativas, sob risco aumentado de infecção pelo HIV. 

Segundo
o Ministério da Saúde, no atual cenário da epidemia de HIV/Aids no
Brasil, os jovens são considerados uma das populações prioritárias em
relação à infeção pelo HIV, com um aumento importante da incidência da
infecção no grupo dos adolescentes, principalmente aqueles pertencentes
às populações-chave (
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_profilaxia_prep.pdf). 


Anvisa

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