sexta-feira, novembro 22

Comissão aprova reconhecimento da “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” como manifestação cultural nacional

Projeto de Lei é aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e segue para o Senado.

Nova Jerusalém
Foto: Divulgação/@paixaodecristooficial
Nesta terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 4409/21, de autoria do líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PSB-PE), que reconhece o espetáculo da “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” como uma manifestação da cultura nacional. O relatório favorável foi apresentado pelo deputado Pedro Campos (PSB-PE), e agora o texto segue para análise no Senado.
A “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” é uma tradicional encenação realizada anualmente na cidade-teatro de Nova Jerusalém, localizada no distrito de Fazenda Nova, município do Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco, durante a Semana Santa. O projeto de lei, que visa reconhecer o evento como parte integrante da cultura brasileira, recebeu elogios do presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e do Entretenimento, Felipe Carreras.
O líder do PSB destacou a importância desse reconhecimento para o setor cultural, artístico e de entretenimento do país. “A cultura é um dos nossos patrimônios e, além disso, é um setor que gera milhares de empregos e movimenta a nossa economia”, ressaltou Carreras.
A cidade-teatro de Nova Jerusalém, criada há 45 anos, é considerada o maior teatro ao ar livre do mundo, ocupando uma área de 100 mil metros quadrados, equivalente a um terço da área murada da Jerusalém original onde Jesus viveu seus últimos dias. A encenação atrai espectadores não apenas de todo o Brasil, mas também de outras partes do mundo.
O relator da proposta, deputado Pedro Campos, parabenizou Felipe Carreras pela iniciativa e enfatizou os méritos do evento. “Os méritos dessa produção incluem a preservação da tradição cultural e religiosa, a valorização do turismo local, o desenvolvimento econômico da região, o envolvimento de artistas e técnicos teatrais, a criação de uma estrutura grandiosa e imersiva, e o reconhecimento internacional conquistado pelo espetáculo”, declarou Pedro Campos.
A história da “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” remonta às encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas da vila da Fazenda Nova, Pernambuco, entre 1951 e 1962, graças à iniciativa de Epaminondas Mendonça, patriarca da família Mendonça e comerciante local. Mendonça se inspirou na tradição das encenações da Paixão de Cristo em Oberammergau, na Baviera alemã, e buscou atrair turistas para impulsionar o comércio da região.
Inicialmente, as apresentações envolviam apenas familiares e amigos dos Mendonça, mas ao longo dos anos, o evento ganhou notoriedade e passou a atrair atores e técnicos de teatro do Recife, consolidando-se como uma das principais encenações da Paixão de Cristo no Brasil.
A ideia de construir a cidade-teatro de Nova Jerusalém, uma réplica da cidade de Jerusalém, foi concebida pelo jornalista gaúcho Plínio Pacheco, que chegou à Fazenda Nova em 1956. O projeto se tornou realidade em 1968, quando foi realizada a primeira encenação no local. O teatro é cercado por uma muralha de pedras de quatro metros de altura, possui 70 torres de sete metros cada uma e conta com nove palcos-platéias que reproduzem cenários naturais, arruados, palácios e o Templo de Jerusalém, representando uma obra monumental de arquitetos e cenógrafos nordestinos, além do fundador Plínio Pacheco.
Com a aprovação do Projeto de Lei nº 4409/21 na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, a “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” está um passo mais próxima de ser oficialmente reconhecida como parte do rico patrimônio cultural do Brasil.

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