domingo, setembro 8

Tia de menina assassinada em abordagem da PRF afirma que policiais foram ao hospital intimidar familiares

Depoimento ao MPF revela que 28 agentes da Polícia Rodoviária Federal estiveram no local após o incidente

Heloísa
Foto: Divulgação/PRF
Em um depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), uma tia de Heloísa dos Santos Silva, a menina morta após ser baleada em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Baixada Fluminense, alegou que 28 agentes da corporação estiveram no hospital logo após o incidente, e que um deles a intimidou. Essa revelação consta do pedido de prisão que o MPF enviou à Justiça contra os três policiais rodoviários envolvidos no crime.
Heloísa faleceu no último sábado (16), após nove dias de internação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, a garota teve uma parada cardiorrespiratória irreversível.
“No dia do evento, 28 policiais se dirigiram ao Hospital Adão Pereira Nunes, onde, segundo a testemunha, vasculharam e ‘mexeram’ no carro onde Heloísa estava durante certo tempo”, relatou o procurador da República Eduardo Benones. “A tia também afirmou que um dos policiais que não participou do ocorrido apontou-lhe um projétil e disse que aquele projétil atingiu o veículo deles, numa tentativa de intimidar a testemunha e incutir nela a versão sustentada pelos policiais.
Benones solicitou a prisão de Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ter feito os disparos, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. O pedido foi apresentado na noite de sexta-feira (15), antes do falecimento de Heloísa.
“Fatos como os narrados causaram um abalo psicológico concreto nas vítimas, que já estavam fragilizadas por terem passado pela traumática experiência de terem o carro alvejado por tiros e um familiar de apenas três anos de idade ferido por tiros de fuzil”, ressaltou o procurador. “É claro que a testemunha foi intimidada como forma de manipular a investigação e que continuará a sê-lo caso não haja intervenção judicial.”
Além disso, Benones solicitou à Justiça uma nova perícia no fuzil apreendido e no carro onde Heloísa estava, discordando do laudo da Polícia Civil. Um dos 28 PRFs conseguiu acessar a emergência pediátrica do Hospital Adão Pereira Nunes enquanto Heloísa estava sendo atendida, gerando temores pela integridade física da vítima.

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