sexta-feira, novembro 8

SUS precisa de mais recursos para atendimento as mulheres

Mulheres enfrentam dificuldades de acesso ao exame de mamografia e atendimento especializado pelo SUS.

SUS precisa de mais recursos para atendimento à saúde feminina. Foto - Tânia Rêgo
SUS precisa de mais recursos para atendimento à saúde feminina. Foto – Tânia Rêgo

No Brasil, há 6.420 mamógrafos, mas apenas 3.197 atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), distribuídos em 1.306 municípios. Isso significa que 4.263 cidades brasileiras não têm acesso direto a essa tecnologia, essencial para a detecção precoce do câncer de mama. Em um mês dedicado à prevenção, o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), ligado à Confederação Nacional de Municípios (CNM), reforça a necessidade de mais investimentos federais para ampliar a saúde da mulher e tornar esses serviços acessíveis.

Falta de investimento eleva custo dos municípios

A insuficiência de recursos do Ministério da Saúde para mamografia e exames preventivos, como o citopatológico, preocupa o MMM. Com valores na tabela SUS considerados baixos – R$ 45 para mamografia e R$ 14,37 para citopatológico – muitas prefeituras precisam complementar esses custos. Em algumas regiões, o valor da mamografia chega a ser dobrado pelos municípios para cobrir o custo real. Além dos exames, várias prefeituras também custeiam consultas e transporte, garantindo que as mulheres tenham acesso a consultas especializadas.

Responsabilidade do governo federal no atendimento

O MMM ressalta que a aquisição de mamógrafos é responsabilidade da União, uma vez que esses aparelhos fazem parte do atendimento de alta complexidade do SUS. Os estados devem compartilhar essa responsabilidade, mas, na prática, os municípios acabam arcando com a atenção especializada para assegurar a integralidade do cuidado à saúde. A centralização desse investimento no governo federal poderia aliviar as prefeituras e assegurar um serviço mais abrangente.

Números mostram baixa cobertura do exame

O DataSUS revela que o SUS realizou apenas 2.000.027 mamografias em 795 cidades de janeiro a junho de 2024, um número insuficiente diante da população-alvo. Mulheres entre 50 e 69 anos, faixa indicada para rastreamento, enfrentam acesso limitado, apesar de mais de 15 milhões de brasileiras estarem nesse grupo. As Diretrizes para Detecção Precoce do Câncer de Mama recomendam mamografias bienais para essas mulheres, mas a oferta atual não atende à demanda.

MMM reforça necessidade de ampliação do acesso

O MMM defende o investimento urgente para ampliar o acesso aos exames em todo o país, especialmente nas áreas onde as lacunas são mais evidentes. Essa medida busca não apenas fortalecer a promoção da saúde feminina, mas também elevar os indicadores nacionais de bem-estar. Além disso, ela apoia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam reduzir as desigualdades no acesso à saúde. O governo federal precisa responder a esse apelo, reconhecendo a importância de um SUS mais estruturado e equitativo para todas as brasileiras.

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