Moradores protestam por fiscalização ambiental da Refinaria Abreu e Lima em Ipojuca
Na manhã desta terça-feira (29/10), moradores de Ipojuca se reuniram à margem da PE-60. Para reivindicar maior fiscalização sobre as emissões da Refinaria Abreu e Lima (RNEST). O protesto destaca a falta de filtros de gases na refinaria e exige que os órgãos públicos cobrem uma solução. De acordo com os manifestantes, o gás sulfídrico (H₂S), emitido pela refinaria, possui um forte odor de ovo podre, sendo altamente tóxico e inflamável, o que traz sérios riscos à saúde pública.
Ação e fiscalização: população busca resposta das autoridades
A principal meta do movimento é encaminhar um pedido formal à Câmara de Vereadores de Ipojuca. Solicitando a realização de uma audiência pública para discutir os danos causados pela refinaria e exigir providências concretas. Dentre as demandas, está a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) específica para investigar as emissões de gases. Os moradores também pedem a revisão do alvará de funcionamento da refinaria, apontando que, desde 2014, a Petrobras promete instalar o filtro de controle de emissões SNOX, mas a obra nunca foi concluída.
Promessas não cumpridas aumentam indignação da comunidade
A refinaria chegou a anunciar que o filtro SNOX estaria pronto em 2018, com um aumento de 15% na produção de petróleo, alcançando 115 mil barris diários. Contudo, o atraso na instalação do equipamento deixou a população preocupada com os níveis de poluição atmosférica na região. Moradores afirmam que a situação se torna mais crítica com o tempo, e a refinaria opera com uma licença especial, emitida pela Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (CPRH), mesmo sem o filtro em funcionamento.
Reivindicações da comunidade reforçam a necessidade de medidas de proteção
Com o apoio de um abaixo-assinado, os moradores listaram várias demandas. Primeiramente, a primeira é a realização de uma audiência pública marcada para o dia 19 de novembro, permitindo, assim, a participação da população para discutir os riscos ambientais. Além disso, eles também propõem um voto de repúdio às ações da Petrobras e pedem que a Câmara crie a CPI da Poluição da RNEST. Outra exigência, por sua vez, inclui a análise da renovação do alvará de funcionamento, já que, segundo os moradores, a empresa não cumpre as promessas de controle da poluição.
Por fim, a comunidade também quer que a Agência Municipal de Meio Ambiente de Ipojuca (AMMA) e a Secretaria de Infraestrutura adquiram equipamentos de monitoramento do ar. Esse controle local, portanto, permitiria a fiscalização independente dos níveis de poluição, sem depender, assim, dos dados fornecidos pela própria refinaria.
Legislação e fiscalização: exigências da comunidade
Os moradores também sugerem a criação de uma lei municipal que exija a instalação de medidores de qualidade do ar em locais estratégicos, como no centro de Ipojuca e em áreas residenciais. Esses painéis forneceriam atualizações em tempo real sobre os níveis de poluição, alertando a população sobre os riscos à saúde. O protesto também cobra da Câmara a convocação de diversos órgãos para garantir que o debate seja abrangente.
Impacto na saúde preocupa moradores e organizações de saúde
Estudos apontam que a exposição contínua a gases como o dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, presentes nas emissões industriais, afetam gravemente a saúde pública. Esses gases podem causar irritações nos olhos, problemas respiratórios e até risco de morte em situações de exposição elevada. O hidrogênio sulfídrico, em particular, é altamente tóxico e prejudica as mucosas, provocando irritações e problemas respiratórios.
Diante das queixas, a população pede que a refinaria adote medidas urgentes para reduzir as emissões. Organizações de saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), têm sido citadas pelos manifestantes como entidades que podem colaborar na elaboração de estudos e soluções para a situação.
Pressão da população pode levar a mudanças na Refinaria Abreu e Lima
O ato em Ipojuca reflete a crescente insatisfação dos moradores, que sentem os efeitos dos gases diariamente. Diante da pressão popular, a Petrobras e o governo do estado podem ser obrigados a buscar soluções imediatas para o problema. A comunidade afirma que, se nenhuma ação for tomada, outros protestos serão organizados.
CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.