quarta-feira, dezembro 11

Programa Periferia Viva aposta em urbanização e inclusão social

Governo lança programa com R$ 7 bilhões para urbanização, regularização fundiária e redução de riscos nas periferias.

Investimentos prometem mudar a vida de milhões nas periferias com urbanização e ações de inclusão social
Investimentos prometem mudar a vida de milhões nas periferias com urbanização e ações de inclusão social. Foto: Hesídio Goes

O governo federal lançou o programa Periferia Viva, que promete transformar comunidades de baixa renda até 2026. Com investimento de R$ 7 bilhões, o projeto busca urbanizar favelas, prevenir desastres em encostas e regularizar habitações. Entre as ações, o programa CEP para Todos pretende garantir códigos postais para moradias em comunidades vulneráveis, fortalecendo a inclusão social.

Início com um desafio cotidiano

Na creche Semeando Esperança, na comunidade de Santa Luzia, Distrito Federal, um simples problema ilustra a exclusão enfrentada pelas periferias. Ao comprar uma geladeira com doações, o diretor Paulo Lafayete precisou usar o endereço de terceiros. “Todos aqui se sentem excluídos”, afirmou. Assim como Santa Luzia, outras comunidades sem CEP oficial enfrentam desafios diários.

A visão de inclusão

No evento de lançamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o programa visa tornar visível a população periférica. Ele lamentou que milhões de casas ainda carecem de banheiros. “Nunca imaginei que isso seria realidade em 2024”, disse.

O presidente mencionou sua vivência em uma casa sem água encanada ou banheiro e defendeu maior justiça social. Ele reforçou a importância de equilibrar as contas públicas e redistribuir impostos. “Quem ganha menos deve pagar menos. Quem tem mais, paga mais”, afirmou Lula, propondo isenção de Imposto de Renda para rendas até R$ 5 mil

Investimentos e metas do programa


O Periferia Viva reúne esforços de 17 ministérios e prevê contratações de R$ 1,4 bilhão para conter encostas e R$ 3,3 bilhões para urbanizar favelas. Além disso, até 2026, o governo financiará 120 planos municipais de redução de riscos em áreas críticas, com foco em obras que protejam populações vulneráveis.

Outro objetivo é a regularização fundiária e melhorias habitacionais em oito estados, com um investimento federal de R$ 85 milhões. Para embasar políticas públicas, o Ministério das Cidades firmou convênio com o IBGE, garantindo estudos e dados atualizados sobre as condições das favelas brasileiras.

Impacto social e reconhecimento

O programa também valoriza iniciativas comunitárias de impacto social. Entre os premiados, está o Favela Gastronômica, de Cleide Morais, no Distrito Federal. A escola de gastronomia social combate o desperdício de alimentos e promove a segurança alimentar. “Nosso trabalho capacita moradores para o mercado de trabalho formal, especialmente mulheres negras, as mais afetadas pela fome”, explicou Cleide.

Outra homenageada foi Joyce Paixão, de Pernambuco, que desenvolve projetos de mitigação de desastres nas margens do Rio Capibaribe. “Adaptamos estratégias para reduzir danos causados pelas chuvas”, contou.

O futuro das periferias

Com ações abrangentes e planejamento, o governo federal espera melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas nas periferias. Segundo o Executivo, o programa Periferia Viva é um marco na inclusão social e no enfrentamento das desigualdades.

Os investimentos prometem mudar o cenário de invisibilidade das comunidades vulneráveis, oferecendo infraestrutura e oportunidades. Até 2026, a meta é clara: urbanizar, regularizar e proteger as periferias brasileiras, garantindo dignidade e reconhecimento aos seus moradores.

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