sexta-feira, novembro 22

Preocupações com fadiga entre pilotos em companhias aéreas europeias

Pesquisa revela que pilotos cochilam durante voos e aponta desafios na gestão da fadiga entre profissionais da aviação.

Foto: Divulgação
Uma pesquisa abrangendo 31 países europeus e realizada entre 1º e 22 de julho deste ano trouxe à tona preocupações sobre a fadiga entre pilotos, revelando que três em cada quatro profissionais admitiram ter cochilado durante voos recentes, mesmo que por breves segundos. O estudo, que ouviu 6.900 pilotos, destaca também que a maioria (73%) enfrenta dificuldades para descansar adequadamente nos intervalos entre voos.
Os resultados da pesquisa levantam sinais de alerta quanto à segurança aérea, especialmente considerando que os dados foram coletados durante o início do período de pico das operações de verão. O presidente da European Cockpit Association (ECA), Otjan de Bruijn, expressou preocupação quanto à gestão inadequada dos riscos associados à fadiga nas companhias aéreas europeias. Ele ressalta que, se os níveis de fadiga já são significativos em junho e julho, é provável que aumentem em agosto.
Uma das principais conclusões do estudo é que as “deficiências estruturais” e a falta de fiscalização se destacam como os principais impulsionadores da fadiga entre os pilotos. De acordo com De Bruijn, os dados indicam desafios e lacunas na gestão do risco de fadiga em todas as nações participantes da pesquisa, além de apontarem para uma falta de padronização entre os regulamentos em diferentes países.
Para identificar e acompanhar a fadiga dos pilotos, a pesquisa ressalta a importância dos relatórios. No entanto, a implementação desse método não tem sido eficaz. Apenas 10,8% dos pilotos entrevistados relataram que os relatórios de fadiga levaram suas companhias aéreas a realizar mudanças operacionais visando melhorar a segurança. Além disso, somente 13,2% indicaram que suas empresas têm uma boa comunicação com a tripulação a respeito dos relatórios de fadiga, e meros 12% afirmaram confiar no sistema de relatórios de suas respectivas companhias aéreas.
Diante desses resultados alarmantes, a pesquisa destaca a necessidade de ações urgentes por parte das companhias aéreas e das autoridades reguladoras para abordar os riscos associados à fadiga dos pilotos. A adoção de medidas mais eficazes de gestão da fadiga e a melhoria na comunicação entre a tripulação e as empresas são passos cruciais para garantir a segurança das operações aéreas e a integridade dos voos.

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