quinta-feira, outubro 10

Número de vagas temporárias deverá ser a maior que desde 2013

A CNC projeta 108,5 mil vagas temporárias no Brasil, impulsionadas pelo aquecimento natalino. Setores variados lideram contratações, refletindo otimismo econômico, mas desafios persistem.

Vagas temporária para o final de ano deverá ser a maior dos últimos 10 anos
Vagas temporária para o final de ano deverá ser a maior dos últimos 10 anos. Foto: Valter Campanato

O comércio brasileiro está prestes a vivenciar, segundo projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), um final de ano marcado por um expressivo aumento no número de vagas temporárias. A expectativa é que 108,5 mil postos de trabalho sejam preenchidos, indicando um crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 97,9 mil contratações.

Caso essa projeção se concretize, será o maior contingente de mão de obra temporária desde 2013, quando 115,5 mil pessoas ocuparam essas posições. A CNC baseia suas estimativas em dados mensais de admissões e desligamentos no comércio varejista, fornecidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Setores em Destaque:

Os setores que lideram as contratações temporárias são variados, com destaque para hiper e supermercados, prevendo a abertura de 45,47 mil vagas. Em seguida, aparecem vestuário e calçado (25,17 mil), utilidades domésticas e eletroeletrônicos (15,98 mil), livrarias e papelarias (9,31 mil), e móveis e eletrodomésticos (5,7 mil).

Apesar dos hiper e supermercados concentrarem a maior parte das oportunidades, é o segmento de vestuário que proporcionalmente mais se beneficia do período natalino, experimentando um salto de 90% no faturamento, em comparação aos 34% observados nos mercados.

Segundo a CNC, a desaceleração da inflação, aliada à flexibilização da política monetária, deverá impactar positivamente as vendas em segmentos menos dependentes de recursos por meio de empréstimos e financiamentos.

Distribuição Geográfica:

A concentração das oportunidades está prevista em estados-chave, sendo São Paulo (28,41 mil), Minas Gerais (12,13 mil), Paraná (9,14 mil) e Rio de Janeiro (7,96 mil), responsáveis por mais da metade (54%) das vagas temporárias para o Natal de 2023.

Salários e Ocupações:

O salário médio de admissão está projetado em R$ 1.605, um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior. As ocupações mais demandadas são as de vendedor (42.102), caixa (9.429) e almoxarife e armazenista (9.278).

Efetivação e Direitos Trabalhistas:

A CNC estima uma taxa de efetivação de 14,2%, superando os 12,3% de 2022, mas abaixo dos 14,9% de 2021. Esse aumento reflete uma recuperação gradual do setor, que ainda se recuperava das ondas iniciais da pandemia em 2021.

É importante ressaltar que o emprego temporário, prática comum no comércio durante datas comemorativas, é regulamentado por lei federal, garantindo direitos semelhantes aos dos efetivados. No entanto, algumas exceções persistem, como a não concessão de indenização de 40% sobre o FGTS, aviso prévio e seguro-desemprego.

O cenário promissor para o emprego temporário indica não apenas uma oportunidade para trabalhadores, mas também um indicativo otimista para a economia, refletindo um contexto de recuperação e confiança no mercado consumidor.

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