domingo, setembro 8

MPPE adota medida de transparência nas investigações de mortes em ações policiais, em Pernambuco

Acompanhamento desde o início busca esclarecer casos de óbitos resultantes de intervenções policiais no estado

MPPE
Foto: Reprodução/G1
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) implementou uma medida significativa para aumentar a transparência e esclarecer casos de mortes ocorridas em decorrência de ações policiais. Um grupo de promotores de Justiça agora acompanha as investigações que apuram a conduta dos policiais desde o início do processo. Essa alteração é particularmente crucial considerando o aumento de óbitos em ações da polícia no estado.
Em um contexto onde o controle rigoroso é vital, Pernambuco registrou um aumento significativo nas mortes decorrentes de ações policiais. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), o número de óbitos entre janeiro e julho de 2023 totalizou 78, comparado a 60 no mesmo período do ano anterior, representando um crescimento de 30%.
Um dos casos em destaque sob análise do MPPE envolve a investigação das mortes ocorridas durante uma operação realizada por policiais militares nos dias 13 e 14 de março deste ano, na cidade de Ribeirão, localizada na Mata Sul do Estado. A versão oficial da Polícia Militar de Pernambuco indica que o efetivo foi despachado para o Engenho Aripibu após uma denúncia, e ao chegar no local, os policiais teriam sido confrontados com tiros. O resultado foi a morte de um sargento e dois suspeitos.
No dia seguinte, no mesmo engenho, cinco homens também foram mortos pelos policiais militares. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram as vítimas sendo arrastadas e levadas em viaturas. Alegações de que os PMs teriam levado os indivíduos já falecidos para o hospital da cidade surgiram e estão em processo de apuração.
Desde o início de 2023, o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) tem encaminhado denúncias ao MPPE sobre possíveis abusos cometidos por policiais que resultaram em mortes. A entidade, voltada para os direitos humanos, exige investigações rigorosas. A promotora Helena Martins está agendada para visitar o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta quarta-feira (30), buscando compreender a condução e priorização dessas investigações.

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