quinta-feira, julho 3

Lula propõe Dia Nacional da Consolidação da Independência

Lula envia proposta ao Congresso para instituir o 2 de julho como Dia Nacional da Consolidação da Independência.

Presidente Lula destaca importância histórica da Bahia na consolidação da Independência.
Presidente Lula destaca importância histórica da Bahia na consolidação da Independência. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que institui o Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil em 2 de julho. A data marca a expulsão definitiva das tropas portuguesas em 1823, consolidando o processo iniciado com a Proclamação da Independência em 7 de setembro de 1822.

Atualmente, o 2 de julho já é feriado estadual na Bahia e reconhecido oficialmente como Data Magna do estado. Com o novo projeto, a data passaria a ter valor nacional simbólico e educativo, mas continuaria feriado apenas no estado baiano.

Contexto histórico da data

A escolha de 2 de julho faz referência ao movimento de resistência baiano que consolidou a Independência do Brasil:

  • Em 1822, Dom Pedro I proclamou a Independência em 7 de setembro.
  • Em 1823, as tropas portuguesas ainda resistiam em partes do território.
  • A vitória baiana em Salvador expulsou definitivamente os portugueses.

O reconhecimento oficial desse marco busca valorizar o papel da Bahia e de seu povo na formação do país.

Declarações do presidente Lula

Em entrevista ao Jornal da Manhã, em Salvador, Lula defendeu a proposta como uma forma de corrigir lacunas no ensino de história:

“Isso vai estar nos livros de história do Brasil, nos livros didáticos que serão distribuídos nas escolas, sobretudo para as crianças do ensino médio. As pessoas vão perceber que a independência do Brasil — com todo o respeito ao 7 de setembro — apenas em 2 de julho de 1823 o povo baiano expulsou definitivamente os portugueses do Brasil.”

O presidente também destacou o simbolismo da resistência baiana:

“Foi o dia definitivo que os baianos disseram para Dom Pedro que queriam ser donos do Brasil. Essa é uma coisa fantástica que o povo tem que saber. Então é um reconhecimento histórico.”

Incentivo à produção cultural

Além do projeto de lei, Lula afirmou que pretende estimular a produção de filmes históricos nacionais em diálogo com a ministra da Cultura, Margareth Menezes:

“Estou querendo incentivar a produção de uns 10 filmes históricos do Brasil, para que o povo conheça a história que foi motivadora de muita luta neste país e de muita conquista, que ninguém sabe, porque o pessoal só sabe a história que é contada oficialmente.”

Essa proposta visa ampliar o acesso a narrativas menos conhecidas, fomentando a diversidade de perspectivas sobre o passado.

Reações e discussões no Congresso

O projeto agora será analisado pelo Congresso Nacional. Parlamentares baianos demonstraram apoio imediato à proposta, considerando-a um reconhecimento ao protagonismo da Bahia na Independência.

No entanto, especialistas em federalismo e história destacam pontos para debate:

  • Importância de valorizar identidades regionais sem criar sobreposição de feriados nacionais.
  • Equilíbrio entre o reconhecimento histórico e o impacto simbólico no calendário cívico.
  • Necessidade de políticas educacionais e culturais para contextualizar melhor esses marcos.

A tramitação no Congresso exigirá discussão em comissões e votação em plenário. Caso aprovado, o projeto seguirá para sanção presidencial.

A proposta foi publicada no Diário Oficial da União, o que formaliza seu envio e garante transparência ao processo legislativo.

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