domingo, agosto 17

Governo de PE defende legalidade em contratos de publicidade

Governo de Pernambuco afirma que contratos de publicidade seguem Lei 14.133/2021 após instalação de CPI na Alepe.

Governo de Pernambuco afirma legalidade em contratos após CPI ser aprovada na Alepe
Governo de Pernambuco afirma legalidade em contratos após CPI ser aprovada na Alepe Foto: Hesiodo Góes/Secom

A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), voltada à investigação de contratos de publicidade firmados pela atual gestão estadual, reacendeu o debate sobre transparência e legalidade na aplicação de recursos públicos. O Governo de Pernambuco, por sua vez, afirmou que todos os contratos seguem a legislação vigente.

Contratos seguem a nova Lei de Licitações, diz governo

Em nota oficial, o Governo de Pernambuco informou que o contrato de publicidade institucional possui vigência inicial de 12 meses, com valor anual de R$ 120 milhões, e que há possibilidade de renovação por até 10 anos, conforme a Lei nº 14.133/2021 — a nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos.

Segundo a gestão estadual, essa legislação permite prazos estendidos para contratos contínuos, desde que se observe o planejamento de longo prazo e critérios de eficiência. O Executivo afirmou que conduziu o processo licitatório com transparência e dentro dos parâmetros legais exigidos.

“Os contratos de publicidade institucional são essenciais para informar a população sobre políticas públicas, campanhas educativas e ações de governo. Tudo foi feito com base na legalidade e no interesse público”, destacou a nota.

A deputada Dani Portela solicitou a CPI.

A deputada estadual Dani Portela (PSOL) propôs a CPI e alegou que há possíveis indícios de direcionamento ou conflito de interesses envolvendo a governadora Raquel Lyra e pessoas de seu círculo familiar. Dezenove parlamentares assinaram o requerimento de abertura da investigação, atingindo o número mínimo necessário para viabilizar a instalação da comissão.

A parlamentar afirma que a medida visa garantir o uso adequado dos recursos públicos e investigar possíveis irregularidades nos contratos milionários de publicidade firmados pela gestão atual. Segundo ela, a iniciativa não tem caráter pessoal, mas institucional.

“Estamos falando de valores expressivos. É nosso dever fiscalizar, como manda a Constituição Estadual”, afirmou Dani Portela em pronunciamento.

Base do governo reage com indignação

Em resposta, parlamentares aliados do governo se manifestaram publicamente contra a CPI. Entre os que se posicionaram em defesa da gestão estadual estão Socorro Pimentel (União), Joãozinho Tenório (PRD), Fabrízio Ferraz (Solidariedade), Débora Almeida (PSDB), Jarbas Filho (MDB), João Paulo (PT) e Henrique Queiroz Filho (PP).

As lideranças governistas classificaram a CPI como uma ação de cunho político, com objetivo de desgastar a imagem da governadora Raquel Lyra.

“Recebemos com indignação a aprovação desta CPI, que tem claras motivações eleitorais, principalmente por vir de setores que administraram o estado por 16 anos”, afirmaram os parlamentares em nota conjunta.

Prazo para formação da comissão

Com a aprovação do requerimento, a Alepe tem agora um prazo de 10 dias úteis para que as lideranças partidárias indiquem os membros da comissão. Após isso, a Assembleia Legislativa instaurará formalmente a CPI, com um prazo regimental de 120 dias, que poderá ser prorrogado por mais 90 dias.

O que diz a Lei nº 14.133/2021?

A nova Lei de Licitações, em vigor desde 2021, permite a contratação de serviços contínuos por períodos superiores a 12 meses, podendo chegar a até 10 anos, desde que justificadas as razões de eficiência, planejamento e interesse público. O dispositivo busca evitar descontinuidades em áreas sensíveis da administração pública, como saúde, educação e comunicação institucional.

Pontos principais da discussão

  • O contrato investigado tem valor anual de R$ 120 milhões.
  • previsão legal para renovação por até 10 anos.
  • A CPI foi solicitada por Dani Portela e teve 19 assinaturas.
  • A base governista vê motivação política na investigação.
  • A Alepe terá 10 dias úteis para compor a comissão.

A instalação da CPI evidencia o papel do Legislativo estadual na fiscalização dos atos do Executivo. Enquanto o Governo de Pernambuco defende a legalidade dos contratos de publicidade com base na nova legislação, setores da oposição buscam investigar possíveis falhas ou favorecimentos. A comissão poderá lançar luz sobre os contratos em questão, desde que os trabalhos ocorram com isenção, respeito ao devido processo legal e foco no interesse público.

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