quinta-feira, novembro 21

Gabriel Galípolo discute papel do BC em políticas sustentáveis

A Comissão de Assuntos Econômicos sabatinou o economista Gabriel Galípolo sobre o papel da instituição no combate às mudanças climáticas.

Senado aprova Gabriel Galípolo para presidir Banco Central. Foto - Roque de Sá
Senado aprova Gabriel Galípolo para presidir Banco Central. Foto – Roque de Sá

Durante a sabatina realizada hoje na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a senadora pernambucana Teresa Leitão questionou Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do Banco Central, sobre o papel da instituição na promoção de políticas sustentáveis. Leitão indagou o economista acerca da integração dos temas ambientais às decisões de política monetária e a respeito do controle dos riscos financeiros associados às mudanças climáticas.

O papel do Banco Central na sustentabilidade

Teresa Leitão, além disso, enfatizou a importância de alinhar a atuação do Banco Central às diretrizes de sustentabilidade. Uma pauta que está cada vez mais presente nas discussões globais. Por isso, ela questionou Galípolo sobre a capacidade do Banco Central de integrar questões ambientais às suas decisões monetárias. Especialmente em um contexto onde os efeitos das mudanças climáticas impactam diretamente a economia.

Em resposta, Galípolo destacou que o Banco Central já está atento aos temas relacionados à sustentabilidade e tem colaborado de forma ativa com o governo brasileiro para a implementação de políticas que promovam o desenvolvimento sustentável. “Vejo para o Brasil uma grande oportunidade de se firmar como um polo de sustentabilidade”, afirmou.

O economista ressaltou, além do mais, que o Brasil possui uma matriz energética mais limpa. O que facilita o processo de transição para uma economia sustentável, sem contar que não gera grandes pressões inflacionárias. “O Brasil tem tanto uma segurança alimentar quanto energética, o que reduz o custo de transição em um mundo que enfrenta constantes pressões inflacionárias”, explicou.

Políticas monetárias e ambientais

A interação entre política monetária e sustentabilidade, além disso, tem sido um tema de crescente relevância em fóruns econômicos internacionais. Teresa Leitão destacou que o Banco Central pode desempenhar um papel decisivo na promoção de políticas públicas de sustentabilidade ambiental. A parlamentar pernambucana questionou como o Banco Central, sob a liderança de Galípolo, contribuiria para políticas monetárias que considerem os riscos econômicos das mudanças climáticas.

Gabriel Galípolo assegurou que o Banco Central está alinhado com essas discussões globais e se compromete a trabalhar com outros órgãos para mitigar os impactos climáticos na economia. Ele ainda mencionou a necessidade de o país investir em uma matriz energética limpa, permitindo ao Brasil se destacar no cenário global de sustentabilidade.

A indicação de Galípolo para o Banco Central

Após responder a Teresa Leitão e aos senadores, a CAE aprovou a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. A proposta seguiu em regime de urgência para votação no Plenário do Senado. Se aprovada, Galípolo assumirá a presidência do Banco Central em 1º de janeiro de 2025, substituindo Roberto Campos Neto.

A aprovação unânime na CAE reflete o apoio que Galípolo conquistou entre os senadores, especialmente pela sua visão sobre políticas sustentáveis. Galípolo destacou que, sob sua gestão, a instituição estará atenta às mudanças internacionais e às demandas por crescimento econômico sustentável.

Sustentabilidade no centro da agenda econômica

A discussão sobre o papel do Banco Central em políticas sustentáveis não é nova; no entanto, ganhou força com as mudanças climáticas. Instituições financeiras no mundo todo enfrentam pressão para adotar critérios de sustentabilidade em seus investimentos e políticas monetárias.

Para o Brasil, com vastos recursos naturais e uma matriz energética limpa, a transição para uma economia sustentável pode representar uma oportunidade de crescimento. Galípolo destacou que, com políticas bem estruturadas, o país pode se tornar um polo de sustentabilidade, atraindo investimentos internacionais e fomentando o desenvolvimento interno.

Desafios e oportunidades

Apesar das vantagens competitivas mencionadas por Gabriel Galípolo, o Brasil enfrenta desafios para se consolidar como líder em sustentabilidade. Esses desafios incluem a necessidade de políticas que incentivem energias renováveis, a proteção de biomas como a Amazônia e o Cerrado, além da promoção de uma economia verde que valorize os recursos naturais.

Galípolo, no entanto, mostrou-se otimista quanto ao futuro do Brasil nesse cenário. Ele destacou que o país tem todas as condições para liderar a transição para uma economia sustentável, especialmente se as políticas certas forem adotadas e executadas com eficiência. “O custo de transição para uma economia sustentável no Brasil é menor em comparação com outros países, o que nos coloca em uma posição privilegiada para liderar essa agenda”, reforçou o economista.

Próximos passos

A votação no Plenário do Senado marcará a fase final da aprovação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. Caso aprovado, ele enfrentará o desafio de liderar uma das instituições mais importantes do país. Isso ocorre em um momento em que as discussões sobre sustentabilidade e economia verde ganham força nas agendas políticas.

Com uma visão clara sobre o papel do Banco Central, Galípolo pode colocar o Brasil na vanguarda da transição econômica. Se aprovado, sua gestão pode marcar um novo capítulo, onde as decisões econômicas estarão mais alinhadas à sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

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