Balanço da empresa gerida por Jair Renan Bolsonaro revela faturamento milionário, contrastando com declarações anteriores sobre sua situação financeira.
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Em um período de um ano compreendido entre julho de 2021 e julho de 2022, a empresa de mídia “RB Eventos e Mídia Eirelli”, sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), obteve contratos de propaganda e mídia que totalizaram a expressiva quantia de R$ 4,5 milhões. Esses valores surpreendentes são notáveis para uma empresa pouco expressiva no mercado de comunicação, que anteriormente ostentava um modesto capital social de apenas R$ 105 mil.
Contrariando declarações anteriores que insinuavam dificuldades financeiras, a empresa gerida por Jair Renan Bolsonaro, influenciador e gamer, fechou com números significativos de faturamento. O fluxo financeiro mensal chegou a superar os R$ 300 mil. No entanto, de forma misteriosa, a empresa encerrou suas atividades mesmo em meio ao aparente “sucesso financeiro”. A RB Eventos e Mídia operou entre novembro de 2020 e março de 2023, período em que Jair Renan passou a administração da empresa para Marcus Aurélio Rodrigues dos Santos, uma transação classificada como “doação”, sem valor monetário envolvido.
A investigação em questão, denominada “Operação Nexum”, também revelou a existência de outras atividades ilícitas. A ação policial cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, visando indivíduos envolvidos em crimes contra a fé pública, associação criminosa e prejuízos ao erário do Distrito Federal.
O foco principal da operação recaiu sobre Maciel Carvalho, tido como mentor do suposto esquema. Com 41 anos, Maciel Carvalho tinha sido empresário de Jair Renan Bolsonaro e possui histórico criminal que inclui falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo. Ele foi detido em Águas Claras na sequência da operação. Outro alvo de mandado de prisão, Eduardo dos Santos, permanece foragido e já era procurado pela polícia por homicídio.
A investigação revelou um esquema de fraudes que abarcava estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, todos visando proteger o patrimônio dos envolvidos. A ação criminosa incluía a utilização de “laranjas” ou “testas de ferro” para ocultar os verdadeiros proprietários das empresas de fachada ou “fantasmas” usadas no esquema.
A operação, que contou com 35 policiais do Decor e da Divisão de Inteligência Policial da PCDF, além da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, representa um passo crucial no combate a essas atividades ilícitas. Os investigados são suspeitos de diversos crimes, incluindo falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro. O nome “Nexum”, oriundo do direito romano, foi escolhido para a operação, simbolizando a transferência simbólica de direitos e dinheiro que caracteriza a natureza do esquema em questão.
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