No segundo dia de encontro no Rio, chanceleres abordam mudanças na ONU e desafios do multilateralismo em meio a cenários internacionais complexos.
O segundo e último dia da reunião de chanceleres do G20, grupo que congrega as principais economias do mundo, destaca-se pela abordagem crítica sobre a governança global. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enfatizou a necessidade de reforma em organismos internacionais, ressaltando o papel do multilateralismo.
“Não podemos ignorar a necessidade de uma profunda reformulação na governança global. Nossas diferenças devem ser resolvidas através do diálogo e da cooperação, nunca por conflitos armados”, declarou Vieira no primeiro dia do encontro.
O evento, realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, reúne chanceleres de diversas nações, incluindo o secretário de Estado americano, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergey Lavrov, e o ex-primeiro-ministro britânico David Cameron.
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O primeiro dia foi marcado por análises sobre o cenário internacional, com foco em conflitos como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a ofensiva israelense na Faixa de Gaza. O Brasil, na presidência rotatória do G20 desde dezembro de 2023, busca fortalecer o papel do Sul Global em discussões internacionais.
“Diante do quadro atual, o G20 é possivelmente o foro internacional mais importante, onde países com visões opostas conseguem ter conversas produtivas, sem o peso de posições rígidas, ao contrário do Conselho de Segurança da ONU”, destacou Vieira.
No Conselho de Segurança da ONU, apenas cinco países têm poder de veto, o que tem impedido avanços em resoluções importantes. No encontro, o Brasil pretende promover o diálogo construtivo e encontrar soluções que beneficiem a comunidade internacional.
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O evento na Marina da Glória é a primeira reunião ministerial do G20 sob a presidência brasileira. Ministros das finanças e presidentes de bancos centrais se reunirão em São Paulo nos dias 28 e 29 de fevereiro. Além disso, o Brasil planeja organizar uma cúpula de ministros em Nova York, em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU.
O G20 é composto por 19 países e dois órgãos regionais, representando aproximadamente 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e dois terços da população mundial. Como presidente do G20, o Brasil tem o direito de convidar outros países, visando uma representação mais ampla e inclusiva.
O encontro no Rio de Janeiro reforça a importância do diálogo e da cooperação internacional para superar desafios globais, consolidando o G20 como um espaço crucial para discutir as mudanças necessárias na governança global. O Brasil, ao liderar o grupo, busca promover um ambiente propício para construir soluções conjuntas e enfrentar os complexos dilemas do cenário internacional.
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