Lula tem aprovação de 50,2% e reprovação de 49,7%, segundo dados do Latam Pulse divulgados nesta quinta (31).

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou, pela primeira vez em 2025, a desaprovação. O dado consta no levantamento Latam Pulse — iniciativa conjunta da AtlasIntel com a Bloomberg — divulgado nesta quinta-feira (31). A pesquisa mostra que 50,2% dos brasileiros aprovam a atuação do presidente, enquanto 49,7% desaprovam. A última vez em que a aprovação havia ultrapassado a rejeição foi em outubro de 2024.
Segundo o levantamento, o crescimento na avaliação positiva está diretamente relacionado ao contexto geopolítico recente. Durante os meses de maio, junho e julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A reação do governo Lula, com forte discurso nacionalista e defesa da soberania econômica, parece ter reforçado sua imagem entre parte do eleitorado.
Tendência de melhora
O levantamento também aponta uma tendência de recuperação contínua na avaliação de Lula desde o início de maio. A imagem do presidente é considerada positiva por 51% dos entrevistados, contra 48% que a consideram negativa. A rejeição ao governo, embora ainda numericamente superior nas categorias “ruim” e “péssimo” (48,2%), caiu 3 pontos percentuais. Já as avaliações “ótimo” e “bom” subiram de forma expressiva, alcançando 46,6%.
Entre junho e julho, o salto na percepção positiva foi de 4 pontos percentuais — um movimento que pode ser atribuído à combinação de enfrentamento externo e políticas públicas internas de impacto direto na população.
Ações mais bem avaliadas do governo Lula
As principais iniciativas que impulsionaram a avaliação positiva do governo Lula, segundo a pesquisa, incluem:
- Gratuidade de medicamentos no Programa Farmácia Popular
- Isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
- Retirada de garimpeiros ilegais de terras indígenas
- Avanço nas negociações do acordo Mercosul-União Europeia
- Programa Desenrola Brasil (renegociação de dívidas)
- Retomada do Minha Casa, Minha Vida
Essas medidas, de forte apelo social e econômico, são apontadas como decisivas para a melhora da imagem presidencial.
Pontos negativos ainda pesam
Apesar da recuperação, há críticas persistentes ao governo. Entre as ações mais mal avaliadas estão:
- Comparação das ações de Israel ao nazismo, feita por Lula
- Retirada de estatais do programa de privatização
- Aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
- Implementação da “taxa das blusinhas” sobre importados
Esses temas geraram forte repercussão negativa, principalmente entre o eleitorado mais alinhado ao mercado e setores conservadores.
Bolsonaro e aliados em queda
O levantamento também avaliou a imagem de outras lideranças políticas. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segundo analistas teria incentivado o “tarifaço” de Trump como forma de pressionar Lula, sofreu nova queda: 55% de desaprovação, ante 44% de aprovação. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro segue com números semelhantes: 54% de desaprovação e 42% de aprovação.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) teve aumento na desaprovação, atingindo 52%. Já entre os governadores aliados de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (SP) é o único com saldo positivo: 47% de aprovação contra 46% de rejeição.
No governo Lula, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente) seguem com avaliação mais negativa do que positiva. O vice-presidente Geraldo Alckmin tem avaliação dividida: 50% aprovam e 50% desaprovam.
Cenário político em transformação
A reversão na curva de aprovação do presidente Lula marca um momento importante no cenário político brasileiro em 2025. A combinação entre enfrentamento externo e medidas sociais internas parece estar remodelando as percepções da população.
Embora ainda haja desafios, especialmente na economia e na comunicação política, os dados do Latam Pulse indicam que a estratégia do Planalto começa a surtir efeito — ao menos no campo da opinião pública.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.