sábado, novembro 23

Ala da Rede Sustentabilidade ligada a Heloísa Helena acusa Túlio Gadelha de “chantagem” por controle do fundo partidário

Heloísa Helena, líder da ala majoritária da sigla, alega que Juliana Sá condicionou liberação de recursos a interesses políticos pessoais por orientação de Túlio Gadelha

Túlio Gadelha
Foto: Myke Sena / Câmara dos Deputados

Após uma decisão judicial que reconduziu Juliana Sá ao cargo de tesoureira nacional da Rede, o partido enfrenta agora uma crise interna de grandes proporções. A presidente nacional do partido, Heloísa Helena, líder da ala majoritária da sigla, lançou acusações sérias contra Sá, alegando que ela teria condicionado a liberação de recursos financeiros a interesses pessoais ligados a uma disputa interna pelo comando do partido em Pernambuco. O Portal Fala News obteve acesso a uma nota oficial enviada pelo grupo Rede pela Base, liderado por Heloísa Helena, que detalha as alegações e preocupações do partido.
Segundo a nota, no dia 2 de agosto, os Porta Vozes Nacionais e o 2º tesoureiro da Rede foram informados por Juliana Sá que nenhuma movimentação financeira da Rede Nacional seria autorizada por ela até que se chegasse a uma decisão satisfatória para seu grupo, envolvendo a situação do partido em Pernambuco. A recusa de Sá em liberar fundos teria colocado em risco não apenas as transferências de recursos para os estados, mas também a quitação de serviços já prestados à Rede e o pagamento de contas.
As consequências dessa recusa, de acordo com a nota, poderiam ser sérias, incluindo prejuízos financeiros por multas decorrentes do não cumprimento de compromissos, além de prejuízos políticos, como a perda de inserções em rádio e televisão devido à não entrega de material de mídia a tempo. Juliana Sá, segundo a nota, teria admitido conhecer a gravidade de sua atitude, mas alegou que estava apenas cumprindo “ordens”. A presidente da Rede, Heloísa Helena, não hesitou em qualificar a ação como “chantagem”.
Rede
Foto: Alcir Aglio / Diário de Petrópolis
A disputa política interna no estado de Pernambuco, de acordo com a nota, envolve dois grupos locais. Um é representado por dirigentes nacionais e fundadores da Rede, incluindo nomes como Roberto Leandro, Alice Gabino, Clécio Araújo e Milena Reis, enquanto o outro é liderado pelo deputado federal Túlio Gadelha, seus assessores e militantes associados ao seu mandato. A questão tem gerado conflitos que se arrastam desde antes do V Congresso do partido.
No dia 4 de agosto, a tesoureira Juliana Sá foi formalmente notificada pelos Porta Vozes da Rede para cumprir com suas obrigações regimentais como 1ª tesoureira. Entretanto, nos dias que se seguiram, especialmente após a convocação da executiva nacional em 7 de agosto, o partido alega ter visto a construção de uma narrativa falsa que tentava absolver Juliana Sá e aqueles que deram as instruções para sua atuação.
A nota ainda destaca que Juliana Sá foi nomeada na representação da Rede Sustentabilidade na Câmara Federal por indicação do deputado Túlio Gadelha e que ela consta no Tribunal Superior Eleitoral como filiada regular ao PP (Partido Progressista) desde 1997. Sua filiação à Rede foi entregue apenas este ano, durante o V Congresso do partido, pouco antes de assumir a tesouraria nacional da Rede.
A situação, conforme a nota, ainda será analisada pela Justiça e pela comissão de ética do partido, e isso pode comprometer o deputado federal Túlio Gadelha. Os desdobramentos internos do partido e no âmbito judicial, segundo a nota, irão esclarecer a gravidade dos atos cometidos e as responsabilidades dos envolvidos.
Conforme decisão judicial recente, Juliana Sá foi reconduzida ao cargo de tesoureira nacional do partido. A situação continua a evoluir, a direção da Rede nacional ligados a ex-senadora Heloísa Helena, não desistiram de remover Juliana do cargo e deverão recorrer da decisão, e usar as normas estatutárias. 

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