terça-feira, fevereiro 4

Seleção de gestores escolares em Escada gera polêmica

Sindicato questiona exclusão da comunidade no processo de seleção. Secretaria de Educação defende critérios técnicos na escolha de gestores.

Sede da prefeitura do município de Escada
Sede da prefeitura do município de Escada. Foto – Divulgação

A divulgação dos nomes dos candidatos deferidos no processo seletivo interno para gestores escolares de Escada gerou reações diversas. Enquanto a Secretaria de Educação defende o caráter técnico e meritocrático da seleção, o Sindprome (Sindicato dos Professores do Município de Escada) criticou o modelo adotado, apontando falta de participação democrática e transparência.

O Posicionamento do Sindprome

Em nota oficial, o sindicato afirmou que o processo, conduzido pela secretária de Educação, Aparecida Albuquerque, exclui a comunidade escolar de uma decisão que impacta diretamente o ambiente educacional. Para o Sindprome, a escolha dos gestores foi uma “nomeação unilateral”, desconsiderando a voz de pais, mães, alunos e funcionários.

“A escolha de diretores e coordenadores, sem o envolvimento da comunidade escolar, reflete uma abordagem autoritária que ignora o princípio da gestão democrática”, destaca a nota. Segundo o sindicato, a restrição das inscrições a grupos de WhatsApp das escolas é um exemplo de falta de transparência, prejudicando a ampla divulgação e a igualdade de participação.

O sindicato ainda comparou o processo a uma “pseudo-democracia”, uma vez que as decisões finais ficaram sob o controle da Secretaria de Educação e da prefeita, desconsiderando práticas inclusivas que fortalecem a gestão democrática.

O Contraponto da Secretaria

Por outro lado, a Secretaria de Educação afirma ter estabelecido o modelo de seleção dentro dos critérios legais, conforme o Decreto nº 002/2024. A pasta destaca que priorizou profissionais capacitados da própria rede municipal, garantindo que os gestores escolhidos possuam conhecimento técnico e experiência prática.

A Secretaria assegura que formou a Comissão de Fiscalização com membros da gerência educacional e do monitoramento educacional para garantir um processo criterioso e imparcial. Além disso, defende que optou pela escolha interna como estratégia para valorizar os educadores locais e fortalecer a rede pública de ensino.

Gestão Democrática em Debate

O impasse entre as visões destaca a tensão entre critérios técnicos e a necessidade de ampliar a participação democrática nas decisões educacionais. O Sindprome argumenta que a exclusão da comunidade escolar compromete o engajamento e a eficácia da gestão, enquanto a Secretaria defende que a seleção interna promove eficiência e agilidade no preenchimento dos cargos.

Especialistas em educação apontam que a gestão democrática é um pilar fundamental para o sucesso das políticas educacionais. Contudo, há desafios em equilibrar processos técnicos e a ampla participação social, especialmente em contextos de recursos limitados e demandas urgentes.

A seleção dos gestores escolares para 2025 em Escada lança luz sobre um debate maior: como conciliar eficiência administrativa e gestão participativa na educação pública? O descontentamento do sindicato e de outros setores da sociedade civil pode ser um indicativo da necessidade de reformular os processos, incorporando elementos que fortaleçam a confiança e o diálogo entre todas as partes envolvidas.

A expectativa agora recai sobre os resultados práticos da gestão escolhida. Caso os novos gestores obtenham melhorias significativas nos indicadores educacionais e no ambiente escolar, isso poderá mitigar as críticas. No entanto, se os desafios persistirem, a questão da democratização no processo decisório continuará sendo pauta prioritária.

Confira a lista completa dos gestores selecionados:

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