sábado, setembro 7

Túlio Gadêlha persegue filiados da Rede usando funcionários

Militantes que apoiam Dani Portela são alvos de resolução do diretório da Rede, composto em sua maioria por funcionários de Túlio Gadêlha.

Deputado Federal Túlio Gadelha em Coletiva de Impresna no Recife - Foto - Sanchilis Oliveira
Deputado Federal Túlio Gadelha em Coletiva de Imprensa no Recife – Foto – Sanchilis Oliveira

O diretório municipal da Rede Sustentabilidade no Recife aprovou, na última terça-feira (10). Uma resolução que considera infidelidade partidária e desobediência a conduta de militantes. Que declararam apoio à pré-candidatura da deputada estadual Dani Portela (PSOL) à Prefeitura do Recife. Em detrimento da pré-candidatura majoritária do deputado federal Túlio Gadêlha, do partido. A decisão gerou grande polêmica, pois a iniciativa teve como alvo os pré-candidatos a vice-prefeita Alice Gabino e a vereador Ricardo Gadêlha, irmão de Túlio Gadêlha.

Acusações de golpe e ditadura por parte de Túlio e seus aliados

Lideranças da Rede acusam Túlio Gadêlha, que possui maioria no diretório, de estar por trás do que chamam de golpe e atitude ditatorial. Pois, segundo eles, a medida visa calar as vozes dissonantes na legenda. Por causa disso, eles também vão recorrer da decisão à instância nacional do partido, pois acreditam que Túlio tem uma maioria artificial nas instâncias partidárias locais. Formada “por servidores do gabinete” do parlamentar.

Alice Gabino, uma das pré-candidatas afetadas pela resolução, argumenta que, se os partidos são federados, seus integrantes estão amparados de fazer campanha para os seus candidatos correlatos da federação. “O mandato de Túlio, por exemplo, não é da Rede, mas é da federação”, explica Alice. Ela ainda destaca que a direção estadual da Rede já tinha aprovado na última quinta-feira uma resolução considerando infidelidade partidária a conduta de quem apoiasse nomes que não fossem do partido na disputa eleitoral.

Ricardo Gadêlha discute política e divergências internas na Rede Sustentabilidade em evento sobre saúde e assistência social em Recife.
Ricardo Gadêlha discute política e divergências internas na Rede Sustentabilidade em evento sobre saúde e assistência social em Recife. Foto: Divulgação

A decisão do Recife, contudo, motivou reações por ter sido tomada, segundo Alice, “sem ampla defesa” e “por meio de julgamento aberratório”. “É um direito de Ricardo se pré-candidatar, eles não podem rasgar os direitos dos filiados da Rede”, conclui. A situação mostra o grau de tensão interna no partido, pois diferentes grupos disputam o controle e a direção dos rumos políticos na capital pernambucana.

Contexto e implicações da decisão do diretório da Rede

A situação é especialmente complicada porque Dani Portela é uma figura de destaque no PSOL, partido que forma uma federação com a Rede Sustentabilidade. A federação permite a aliança em campanhas eleitorais e a soma de tempo de televisão e recursos do fundo partidário. Pois, na prática, isso significa que militantes da Rede podem apoiar candidatos do PSOL e vice-versa. Contudo, a disputa pela Prefeitura do Recife tornou-se um ponto sensível, pois, enquanto alguns militantes da Rede apoiam Dani Portela, outros defendem a candidatura de Túlio Gadêlha.

Resposta do Deputado Túlio Gadêlha

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Túlio Gadêlha e aguarda resposta. Gadêlha, que se destaca por sua atuação parlamentar e por ser um dos nomes mais conhecidos da Rede Sustentabilidade, tem enfrentado resistência interna por causa de sua postura e decisões. Pois, segundo seus críticos, ele estaria centralizando o poder e não respeitando a diversidade de opiniões dentro do partido. Em suma, a situação revela a complexidade das alianças e disputas políticas dentro da Rede Sustentabilidade e suas implicações para as próximas eleições municipais.

Perspectivas futuras para a formação da chapa REDE/PSOL

A decisão do diretório municipal da Rede no Recife pode ter desdobramentos significativos para o partido, pois pode enfraquecer a unidade interna e prejudicar as chances eleitorais na capital pernambucana. E, enquanto a questão não é resolvida, os militantes afetados pela resolução prometem continuar lutando por seus direitos e por uma maior democracia interna no partido. Pois, em última análise, o episódio serve como um lembrete da importância de um processo democrático transparente e inclusivo dentro das organizações políticas.

A repercussão dessa decisão pode influenciar a percepção do público sobre a Rede Sustentabilidade. Mas, especialmente em um período eleitoral, a unidade e a clareza nas posições são cruciais para o sucesso nas urnas. Portanto, a resolução de infidelidade partidária aprovada no Recife se torna um capítulo importante na história recente do partido. Pois representa os desafios e as tensões inerentes à vida política, e, ao mesmo tempo, destaca a necessidade de um debate aberto e justo sobre os rumos e estratégias do partido para o futuro.

O caso da resolução de infidelidade partidária no Recife evidencia a dinâmica interna da Rede Sustentabilidade e os desafios enfrentados pelos partidos políticos ao lidarem com divergências internas. E, enquanto aguardamos a resposta de Túlio Gadêlha e os desdobramentos desse conflito, resta observar como a Rede irá equilibrar a necessidade de disciplina partidária com o respeito à diversidade de opiniões entre seus militantes, pois a forma como essa questão será resolvida poderá impactar significativamente o futuro político do partido na capital pernambucana.

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