quinta-feira, novembro 21

Serviços no Brasil permanecem estáveis após dois meses de alta

Volume de serviços no país se mantém em 0,0% de abril a maio, com crescimento de 0,8% em relação a maio de 2023, aponta IBGE.

Setor de Serviços fica estável em Maio
Setor de Serviços fica estável em Maio. Foto: Marcello Casal Jr

Após dois meses seguidos de alta, o volume de serviços prestados no Brasil ficou estável (0,0%) na passagem de abril para maio. Contudo, em relação a maio de 2023, o setor registrou alta de 0,8%, após ter avançado 5,5% em abril passado. Por causa do resultado, os serviços estão 12,7% acima do nível de fevereiro de 2020, período pré-pandemia, e 0,9% abaixo de dezembro de 2022, quando ocorreu o ponto mais alto da série histórica. No acumulado de 2024, o setor mostrou crescimento de 2,0% comparado ao mesmo período de 2023. Nos últimos 12 meses, porém, apresentou queda de ritmo, passando de 1,6% em abril para 1,3% em maio de 2024. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE.

Desempenho setorial e regional

Para Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, apesar da variação nula, houve disseminação de taxas negativas em termos setoriais e regionais. Das cinco atividades pesquisadas na PMS, três apresentaram recuo. O destaque foi o setor de transportes, com queda de 1,6%, influenciado principalmente pela menor receita vinda do transporte aéreo e, em seguida, do rodoviário coletivo de passageiros.

As outras atividades que tiveram quedas foram informação e comunicação (-1,1%) e outros serviços (-1,6%). Essas áreas haviam registrado altas de 5,3% e 4,5%, respectivamente, nos dois meses anteriores.

Por outro lado, os serviços prestados às famílias cresceram 3,0%, recuperando integralmente a perda de 2,7% do mês anterior. A principal influência positiva veio do setor de restaurantes. Além disso, o Dia das Mães pode ter contribuído para essa alta, pois aumenta o movimento de pessoas que saem para comer fora em reuniões familiares. Adicionalmente, eventos de grande magnitude, como shows, costumam impactar essa atividade econômica.

Outro setor que apresentou expansão foi o de serviços profissionais, administrativos e complementares, com crescimento de 0,5%, recuperando parcialmente a queda de abril.

Setor do turismo em queda

A PMS mostrou que as atividades turísticas tiveram queda de 0,2% em maio, em relação a abril. Este resultado ocorreu após dois meses de alta, com ganho acumulado de 2,4%. Regionalmente, seis dos 12 locais pesquisados tiveram recuo. Por outro lado, o Rio Grande do Sul apresentou a influência negativa mais significativa, com queda de 32,3%, devido aos desastres provocados pelas enchentes, que danificaram estabelecimentos de prestação de serviços e infraestrutura das cidades.

Em contrapartida, São Paulo registrou queda de 1,8% e o Paraná de 2,8%. No movimento contrário, o Rio de Janeiro avançou 2,5% e a Bahia 1,9%. Em maio, o segmento de turismo estava 4,6% acima do patamar pré-pandemia e 3,0% abaixo do ponto mais alto da série, em fevereiro de 2014.

Transporte de passageiros e cargas

No resultado dos agregados de transporte por tipo de uso, a PMS mostrou que o volume de transporte de passageiros recuou 7,0% em maio, após crescer 10,4% em abril. Além disso, o segmento se encontrava 4,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020 e 26,4% abaixo de fevereiro de 2014.

Regionalmente, a PMS registrou queda no volume de serviços em 19 das 27 unidades da federação entre abril e maio de 2024. As principais quedas foram em Minas Gerais (-2,9%), Santa Catarina (-3,6%), Bahia (-4,1%), Maranhão (-8,7%) e Distrito Federal (-2,1%). Por outro lado, Mato Grosso teve a principal contribuição positiva do mês, com alta de 6,2%, enquanto Tocantins registrou um aumento significativo de 27,7%, impulsionados pelo desempenho do transporte de carga.

Impacto no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul teve um crescimento de 0,6% em maio. Contudo, a receita nominal mostrou queda de 13,6%, devido à queda brusca dos preços dos pedágios apurados pelo IPCA no mês de maio. Para entender o real impacto das enchentes no estado, será necessário considerar a evolução dos preços de determinados serviços nos meses subsequentes.

Comparação do setor de serviços com maio de 2023

A alta de 0,8% dos etor de serviços na comparação com maio de 2023 se deve ao crescimento em quatro das cinco atividades e 48,2% dos 166 tipos de serviços. Com elevação de 4,2%, o setor de informação e comunicação teve o principal impacto positivo. As outras expansões foram nos serviços profissionais, administrativos e complementares (3,4%); serviços prestados às famílias (6,5%) e outros serviços (3,3%). A única queda foi no setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com recuo de 4,8%.

Perspectivas futuras

O transporte de passageiros recuou 6,5% em comparação com maio de 2023 e 3,7% no acumulado de janeiro a maio de 2024. Além disso, a queda no volume de transporte de cargas entre abril e maio foi de 0,6%, situando-se 7,3% abaixo do ponto mais alto da série e 32,8% acima do patamar pré-pandemia. No acumulado do ano, o setor de transporte de cargas apresentou variação negativa de 0,4%.

Em relação às próximas divulgações, a Pesquisa Mensal de Serviços, relativa ao mês de junho, será lançada em 13 de agosto.

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