sábado, setembro 7

Redução da frota de ónibus gera desconforto para passageiros na Região Metropolitana do Recife

Governo de Pernambuco reduz frota de ónibus, resultando em ônibus mais cheios e intervalos maiores para os passageiros.

Raquel Lira
Foto: Divulgação
O governo de Pernambuco, que recentemente propôs um pacote de incentivos ao uso de carros e motocicletas, está enfrentando críticas devido à redução da frota de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR). Enquanto medidas como a isenção do IPVA para mototaxistas e a redução do tributo para a frota de veículos são promovidas, a quantidade de coletivos em operação no Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR (STPP) diminuiu significativamente.
Desde o início de 2023, já foram retirados de circulação 200 ônibus, afetando a capacidade de atendimento aos mais de 2 milhões de passageiros que utilizam o sistema. Em comparação com 2019, antes da pandemia de covid-19, a redução é ainda mais acentuada, com 300 ônibus a menos. Essa diminuição na frota resultou em intervalos maiores entre os ônibus e veículos mais lotados, gerando desconforto para os passageiros.
Os dados revelam uma tendência preocupante. Em novembro de 2019, a frota de ônibus em operação era de 2.459 coletivos no Grande Recife. Esse número caiu para 2.326 em novembro de 2022 e agora, em agosto de 2023, apenas 2.132 ônibus estão em circulação na região.
A redução da frota de ônibus tem sido alvo de críticas por parte da população, que sente os efeitos diretos dessa medida. A lotação dos ônibus aumentou consideravelmente, principalmente nas linhas que partem dos terminais. Passageiros relatam chegar cansados e frustrados em seus destinos devido às condições de viagem.
A gestão estadual do transporte público argumenta que a redução está ocorrendo para equilibrar as finanças do sistema, visando reduzir os subsídios públicos. Estima-se que o governo injete cerca de R$ 400 milhões em subsídios para o sistema em 2023. Desde 2020, as empresas de transporte público passaram a receber por custo operacional, não mais por passageiro transportado, como forma de se adequar às restrições sanitárias impostas pela pandemia.
A população, por sua vez, sente os efeitos negativos dessa otimização do serviço. A espera por ônibus mais lotados e intervalos maiores tem impactado a rotina dos passageiros, contribuindo para um cenário em que 36% dos brasileiros em grandes cidades passam mais de 1 hora no trânsito diariamente, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A redução das linhas de ônibus durante e após a pandemia é apontada por 23% dos entrevistados como um dos motivos para o aumento do tempo gasto em deslocamentos diários.
Apesar das alegações de otimização do serviço, a diminuição da frota de ônibus na Região Metropolitana do Recife tem gerado preocupação entre os passageiros, que agora enfrentam condições de viagem mais desconfortáveis e intervalos mais longos entre os ônibus.

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