Raquel Lyra sobe de 21% para 31% e diminui a margem frente a João Campos, que caiu de 57% para 52%.
A mais recente pesquisa do Instituto Conecta sobre as eleições de 2026 em Pernambuco trouxe novos elementos para o cenário político estadual. O levantamento, realizado entre os dias 22 e 25 de agosto com 1.200 entrevistas presenciais, mostra a governadora Raquel Lyra (PSD) em crescimento significativo nas intenções de voto. Embora o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ainda lidere a disputa pelo Governo de Pernambuco, a distância entre ambos diminuiu de forma consistente em comparação com a pesquisa anterior, divulgada em abril.
Crescimento da governadora Raquel Lyra
No cenário estimulado, Raquel Lyra subiu de 21% para 31% das intenções de voto. Já João Campos caiu de 57% para 52%. A diferença entre os dois, que antes era de 36 pontos percentuais, agora está em 21. Esse movimento acende discussões sobre a possibilidade de uma disputa mais equilibrada nas eleições estaduais.
Além dos dois principais nomes, o levantamento inclui o vereador do Recife, Eduardo Moura (Novo), que aparece com 4%. Em abril, o espaço ocupado por Moura havia sido destinado ao ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), que registrou 3%. Brancos e nulos somam 8%, enquanto 5% dos entrevistados afirmaram não saber ou preferiram não responder.
Cenário de confronto direto
Quando o cenário é reduzido a um embate direto entre João Campos e Raquel Lyra, os números reforçam a tendência de aproximação. João aparece com 53% das intenções, contra 34% da governadora. Embora o socialista mantenha a liderança, a diferença caiu três pontos em relação a abril, o que confirma a consolidação de Raquel como principal adversária.
Nesse quadro, votos brancos e nulos totalizam 9%, enquanto 4% dos entrevistados ainda não têm opinião formada. Analistas políticos avaliam que, embora João Campos se mantenha em vantagem confortável, o crescimento de Raquel pode indicar maior competitividade à medida que a campanha se aproxima.
Avaliação do governo Raquel Lyra
A pesquisa Conecta também mediu a avaliação da gestão de Raquel Lyra no comando do Palácio do Campo das Princesas. Os resultados mostram um governo avaliado de forma diversa pela população:
- Ótimo: 11%
- Bom: 24%
- Regular: 36%
- Ruim: 7%
- Péssimo: 19%
- Não sabe/ não respondeu: 3%
Na soma de ótimo e bom, a governadora atinge 35% de aprovação. Já os índices de ruim e péssimo chegam a 26%. O maior percentual é o de regular, com 36%, indicando que parte significativa do eleitorado aguarda mais tempo ou ações concretas para consolidar uma opinião definitiva sobre a administração.
A disputa pelo Senado
Outro ponto do levantamento é o potencial de Raquel Lyra como apoiadora para a disputa ao Senado. Entre os nomes testados, Humberto Costa (PT) aparece como favorito com 17% das intenções de voto, caso seja apoiado pela governadora. Ele supera nomes como Anderson Ferreira (PL) e Armando Monteiro (Podemos), ambos com 12%. Eduardo da Fonte (PP) surge com 8%, empatado dentro da margem de erro, enquanto Fernando Dueire (MDB), candidato à reeleição, registra 1%.
O dado mais expressivo, porém, é que 38% dos entrevistados afirmaram que não votariam em nenhum dos nomes apresentados ou optariam por branco e nulo. Outros 12% disseram não saber em quem votariam, o que reforça a incerteza para a disputa ao Senado em 2026.
O cenário nacional e os reflexos em Pernambuco
A pesquisa também trouxe dados sobre o cenário presidencial no estado. Em Pernambuco, o ex-presidente Lula (PT) mantém vantagem ampla sobre os principais nomes da oposição. Contra Jair Bolsonaro (PL), Lula aparece com 57% das intenções, contra 24% do ex-presidente. Em confronto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula soma 58%, enquanto o paulista registra 16%. Já contra Michelle Bolsonaro (PL), a diferença permanece expressiva: 57% a 20%.
Esses números demonstram a força do lulismo em Pernambuco, fator que pode influenciar na composição de alianças para a eleição estadual. João Campos, do PSB, é aliado histórico de Lula e pode se beneficiar desse cenário. No entanto, Raquel Lyra, ao buscar ampliar seu espaço, também pode dialogar com setores da base petista.
Análise dos especialistas
Para cientistas políticos ouvidos por veículos locais, a movimentação captada pelo Conecta deve ser acompanhada com atenção. A queda de João Campos, embora dentro da margem de erro, representa um alerta para a necessidade de consolidar sua liderança fora da capital. Já o crescimento de Raquel Lyra indica que a governadora começa a transformar sua visibilidade no comando estadual em capital eleitoral.
Além disso, a presença de Eduardo Moura, ainda que com percentual baixo, reforça o papel de candidaturas alternativas na disputa. Mesmo que não cheguem a ameaçar os dois principais candidatos, esses nomes podem influenciar no debate público e no segundo turno, caso a eleição não seja definida de imediato.
A pesquisa do Instituto Conecta mostra um cenário em evolução para as eleições de 2026 em Pernambuco. João Campos continua favorito, mas já não apresenta a mesma margem confortável de meses atrás. O crescimento de Raquel Lyra sugere uma disputa mais competitiva, capaz de mobilizar diferentes forças políticas no estado.
Com a margem de erro de 2,83 pontos percentuais e grau de confiança de 95%, o levantamento é um retrato do momento, mas não define o resultado final. A tendência, no entanto, indica que a distância entre os dois principais nomes diminuiu. A disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, portanto, promete ganhar intensidade nos próximos meses, com desdobramentos que vão além do cenário estadual e se conectam ao contexto nacional.
CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.