Brasil recebe a liderança do grupo durante encerramento da 18ª Cúpula em Nova Déli, na Índia
Foto: Ricardo Stuckert/PR |
Nova Déli, Índia – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, neste domingo (10), a presidência do G20, durante a cerimônia de encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do grupo, que ocorreu na capital indiana, Nova Déli. O líder brasileiro recebeu a liderança do bloco das mãos do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, marcando um momento histórico para o Brasil e para a cooperação global.
A presidência brasileira no G20, que se estenderá de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024, será pautada por três prioridades cruciais: a promoção da inclusão social e o combate à desigualdade, fome e pobreza; o enfrentamento das mudanças climáticas e o fomento ao desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões; e a defesa da reforma das instituições de governança global, buscando uma estrutura que reflita a geopolítica atual.
Durante seu discurso de posse, Lula enfatizou que todas essas prioridades estão encapsuladas no lema da presidência brasileira, que versa sobre “Construir um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. Ele anunciou a criação de duas forças-tarefa importantes: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima, demonstrando o comprometimento do Brasil com questões críticas que afetam a humanidade.
O presidente brasileiro também aproveitou a ocasião para lembrar a tragédia no Rio Grande do Sul, onde um ciclone extratropical causou devastação e perda de vidas. Ele ressaltou a necessidade de ações concretas contra as mudanças climáticas, cobrando recursos dos países mais ricos e destacando a importância de cuidarmos do planeta.
O G20, composto por 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia, agora conta também com a União Africana como membro permanente, após a cúpula na Índia.
Lula sublinhou a importância de redobrar esforços para eliminar a fome no mundo até 2030, e também destacou a necessidade de uma maior participação dos países emergentes nas decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele chamou a atenção para a dívida externa insustentável dos países mais pobres e a importância de revitalizar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e seu sistema de solução de controvérsias.
Durante sua presidência, o Brasil sediará mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades do país, incluindo reuniões ministeriais e eventos de alto nível. O ponto culminante será a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, programada para acontecer nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, na cidade do Rio de Janeiro.
Lula propôs uma maior integração entre a política e as finanças no G20, assegurando a alocação adequada de recursos para a implementação das políticas públicas acordadas. Além disso, ele expressou o desejo de criar um canal de diálogo entre os líderes do G20 e a sociedade civil, garantindo que suas conclusões e recomendações sejam ouvidas.
Para o presidente, é fundamental evitar debates sobre questões geopolíticas que possam dividir o grupo, enfatizando que a ação conjunta é essencial para enfrentar os desafios globais. Ele sublinhou que a redução das desigualdades deve ser uma prioridade na agenda internacional.
Esta é a primeira vez que o Brasil assume a presidência do G20 desde sua criação em 1999, e representa um momento significativo na história do país. O G20, que antes incluía apenas ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, evoluiu para incluir chefes de Estado e governo em 2008, com o objetivo de lidar com desafios globais cada vez mais complexos.
O presidente Lula encerrou seu discurso em Nova Déli com uma mensagem de esperança e cooperação, enfatizando que somente por meio da ação conjunta e da redução das desigualdades poderemos enfrentar os desafios do nosso tempo. A partir de agora, o Brasil liderará esforços globais para construir um mundo mais justo e um planeta sustentável.
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