domingo, dezembro 22

Prefeito de Gravatá reverte decisão e mantém esposa no cargo

Após recurso ao TJPE, liminar é suspensa e Viviane Facundes continua na Secretaria de Obras de Gravatá.

Viviane Facundes segue como secretária após decisão judicial, apesar de alegações do MPPE.
Viviane Facundes segue como secretária após decisão judicial, apesar de alegações do MPPE. Foto: Divulgação

Após recurso apresentado ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o prefeito de Gravatá, Padre Joselito (Avante), conseguiu reverter a decisão que afastava sua esposa, Viviane Facundes da Silva, do cargo de secretária municipal de Obras e Serviços Públicos. A decisão foi proferida pelo desembargador substituto Evanildo Coelho de Oliveira Filho, que suspendeu a liminar anteriormente concedida pela 1ª Vara Cível de Gravatá. A nova determinação mantém Viviane no cargo até o julgamento final da Ação Civil Pública (ACP).

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) havia solicitado o afastamento de Viviane sob a alegação de nepotismo e ausência de qualificação técnica. Contudo, a defesa do prefeito argumentou que a nomeação não fere as regras de contratação em cargos políticos e respeita o princípio da separação entre os poderes.

Argumentos da defesa reforçam decisão

No agravo, a defesa de Padre Joselito sustentou que a legislação municipal não exige formação acadêmica específica para a função de secretária de Obras e Serviços Públicos. Segundo os advogados, Viviane Facundes possui experiência administrativa suficiente, comprovada por atuações anteriores. Além disso, reforçaram que a nomeação de cargos políticos, como secretarias, não se enquadra nos critérios de nepotismo previstos em lei.

A argumentação foi acolhida pelo desembargador, que ressaltou a inexistência de uma exigência formal para a qualificação acadêmica no caso. Ele também destacou que o vínculo familiar, por si só, não configura improbidade administrativa.

“Não há impedimento legal para a nomeação, e a experiência profissional da secretária sustenta sua permanência no cargo”, afirmou o magistrado na decisão.

MPPE segue com questionamento jurídico

Embora o recurso tenha favorecido o prefeito, o processo judicial continua em andamento. O desembargador determinou prazo para que o MPPE apresente contrarrazões ao recurso interposto. O Ministério Público tem como base de sua contestação o combate ao nepotismo, prática que, segundo o órgão, enfraquece os princípios de impessoalidade e eficiência na administração pública.

A liminar inicial, concedida na quarta-feira (27), considerava o vínculo entre o prefeito e a secretária como uma afronta ao princípio da moralidade administrativa. O MPPE também questionou a compatibilidade técnica da secretária para o exercício da função, citando a necessidade de formação específica para atender as demandas do cargo.

Repercussão e próximos passos

A decisão judicial dividiu opiniões na cidade de Gravatá. De um lado, aliados do prefeito avaliam a manutenção de Viviane Facundes como uma vitória política, reforçando a gestão municipal. De outro, opositores apontam preocupações com a transparência no uso de cargos públicos.

O caso segue tramitando na Justiça e deve trazer novas discussões sobre o alcance das normas contra o nepotismo e os critérios de qualificação para cargos comissionados. Enquanto isso, Viviane permanece à frente da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, desempenhando as funções atribuídas ao cargo.

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