A federação União Progressista formaliza saída, mas mantém cargos na Caixa, comunicações e Desenvolvimento Regional.

A federação União Progressista — formada por União Brasil e Progressistas (PP) — anunciou nesta terça-feira (2 de setembro de 2025) a saída formal da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida implica a renúncia de ministérios ligados às siglas, mas preserva indicações estratégicas em estatais e ministérios-chave. A ação, considerada parcial, busca equilibrar uma nova posição política com a manutenção de influência nos bastidores do Executivo.
Contexto político e cenário
Há cerca de uma semana, o presidente Lula sugeriu que ministros do Centrão manifestassem apoio público à sua gestão ou deixassem os cargos. Essa cobrança elevou a pressão interna nas siglas que formam a federação União Progressista, lideradas por Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) .
O anúncio desta terça-feira segue essa lógica: união formal de oposição, mas manutenção da influência na máquina pública. A saída formal atinge os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo) .
Quem deixa e quem permanece
- Renúncias obrigatórias:
- André Fufuca (PP), no Ministério do Esporte, e Celso Sabino (União Brasil), no Ministério do Turismo, receberam ordem para deixar os cargos imediatamente .
- Permanece com influência:
- Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), indicados por Davi Alcolumbre (União Brasil), continuam nos cargos.
- Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, indicado pelo PP, também permanece .
Essa estratégia expressa um rompimento simbólico, mas sem perda total de articulação política com o Executivo.
Motivações por trás da decisão
A federação atua com cálculo político voltado às eleições de 2026. A saída formal diferencia-se do PT, mas a permanência em estruturas importantes garante capacidade de negociação e presença política. Fufuca e Sabino, que ambicionam disputar o Senado, entendem que manter visibilidade pode fortalecer suas campanhas .
Além disso, a estratégia evita perda de espaços decisivos, como no caso da Caixa e das estatais controladas pelo União Brasil, como Correios e Codevasf .
Principais implicações políticas
- Para o governo Lula:
A saída reduz a base governista na Câmara para cerca de 259 deputados — apenas dois acima da maioria simples — o que pode dificultar a tramitação de projetos . - Para a federação União Progressista:
A estratégia sinaliza nova identidade política, reafirma laços partidários e mantém articulação institucional mesmo fora do governo formal.
Comparativo do cenário atual
Parâmetro | Governo Lula | União-PP |
Ministros fiéis | Alta presença ministerial | Saída de Esporte e Turismo |
Influência em estatais | Forte | Mantida (Caixa, Codevasf, Correios) |
Estratégia política | Defensiva no Congresso | Posicionamento claro de oposição |
Eleições 2026 | Em pela reeleição | Pré-campanha ativa e estratégica |
Ponto de vista institucional
Especialistas avaliam que a decisão tem caráter estratégico institucional. Trata-se de uma aliança que busca transitar entre situação e oposição — “oposição na forma, cooperação na prática”. O uso da federação União Progressista como marca política pode ser decisivo nas negociações legislativas e eleitorais nas próximas eleições .
Lista de decisões-chave
- União Brasil e PP anunciam desembarque formal do governo Lula.
- André Fufuca e Celso Sabino devem deixar os ministérios imediatamente.
- Waldez Góes e Frederico de Siqueira Filho permanecem nos cargos.
- Carlos Vieira continua na presidência da Caixa Econômica Federal.
- A federação mantém influência em estatais estratégicas.
- A base governista na Câmara fica enfraquecida, embora ainda majoritária.
- A manobra reforça o protagonismo da federação no ciclo eleitoral de 2026.
A saída parcial de União Brasil e PP do governo Lula representa uma manobra calculada: distanciamento formal com sinalização de independência, mas mantendo espaços decisivos na estrutura federativa. A decisão expressa oposição política, mas simultaneamente preserva influência estratégica — um equilíbrio delicado que revela a complexidade das alianças políticas brasileiras.
Resumo final:
União Brasil e PP romperam com o governo Lula ao exigirem renúncia de ministros nos ministérios do Esporte e Turismo. No entanto, garantiram permanência em cargos estratégicos, como o da Caixa Econômica, Comunicações e Desenvolvimento Regional, mantendo peso político mesmo fora da base do governo.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.