segunda-feira, junho 16

Pablo Marçal é condenado novamente e fica inelegível por 8 anos

A Justiça Eleitoral condenou o coach Pablo Marçal por abuso de poder econômico. E uso indevido de mídias em sua campanha à Prefeitura de São Paulo em 2024.

Justiça barra Pablo Marçal nas eleições e aplica multa pesada
Justiça barra Pablo Marçal nas eleições e aplica multa pesada. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

O coach Pablo Marçal foi condenado pela segunda vez pela Justiça Eleitoral, desta vez por abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e captação ilícita de recursos durante sua campanha para prefeito de São Paulo em 2024. A decisão, assinada pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, determina que Marçal fique inelegível por oito anos e pague multa de R$ 420 mil.

Entenda a nova condenação de Pablo Marçal

Segundo a sentença, Marçal descumpriu ordem judicial ao continuar promovendo sua campanha em redes sociais e plataformas de comunicação. Mesmo após a proibição expressa da Justiça. Por essa razão, a Justiça calculou a multa de R$ 420 mil com base em uma penalidade diária de R$ 10 mil pelo descumprimento durante 42 dias.

Além disso, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), da deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), moveu a ação contra Marçal. A parlamentar, que também disputou a prefeitura, denunciou irregularidades na campanha. De acordo com a legenda, o coach monetizava a divulgação de seus vídeos eleitorais, prática proibida pela legislação.

Histórico de condenações

Esta é a segunda condenação de Pablo Marçal em 2024. Em fevereiro, a Justiça o declarou inelegível após ele oferecer gravações de apoio a candidatos de direita em troca de transferências via Pix no valor de R$ 5.000.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), práticas como essas configuram abuso de poder econômico e desequilibram a disputa eleitoral.

Investigação do Ministério Público Eleitoral

O Ministério Público Eleitoral também apontou que Marçal usava estratégias para captar recursos de forma ilícita, sem a devida declaração à Justiça Eleitoral. Segundo o órgão:

  • Havia cooptação de colaboradores com promessa de ganhos financeiros.
  • Os apoiadores impulsionavam conteúdos nas redes sociais de maneira irregular.
  • Os recursos movimentados não foram devidamente registrados, comprometendo a transparência do pleito.

Essas práticas foram entendidas como fatores de desequilíbrio nas eleições municipais.

Defesa de Pablo Marçal

A defesa de Marçal contestou a decisão, alegando:

  • Ausência de prévio conhecimento dos atos ilícitos.
  • Falta de provas que configurassem abuso de poder econômico.
  • Ausência de gravidade suficiente para comprometer o resultado eleitoral.

Apesar dos argumentos, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz entendeu que havia provas robustas de que Marçal incentivou a continuidade das práticas mesmo após a proibição.

Repercussão política

O advogado do PSB, Hélio Silveira, afirmou que Marçal “venalizou as eleições” ao utilizar práticas comerciais para impulsionar sua candidatura.

Em nota enviada à imprensa, a deputada Tábata Amaral comentou:

“Marçal vive de vender o ‘segredo do sucesso’. Mas o ‘sucesso’ dele é baseado numa coisa só: o desrespeito às leis. (…) Seguiremos firmes, sem recuar.”

O caso repercutiu amplamente e reacendeu o debate sobre a necessidade de fiscalização rigorosa nas campanhas digitais, como aponta a ONG Transparência Internacional, que defende ações contra abuso de poder econômico nas eleições.

A nova condenação de Pablo Marçal reforça o entendimento da Justiça Eleitoral sobre a gravidade do uso indevido das redes sociais e do abuso de poder econômico nas campanhas. O caso também destaca a importância da atuação dos partidos políticos e do Ministério Público na preservação da lisura dos processos eleitorais.

Com duas condenações acumuladas, Marçal enfrenta agora o desafio de reverter as decisões em instâncias superiores, se quiser manter viva a possibilidade de disputar cargos públicos nos próximos anos.

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