domingo, agosto 17

Justiça de Amaraji torna Aline Gouveia inelegível

Abusos e ilícitos eleitorais levaram à inelegibilidade da ex-prefeita Aline Gouveia até 2032.

Justiça Eleitoral de Amaraji condena Aline Gouveia à inelegibilidade por 8 anos por abuso de poder político e ilícitos eleitorais. Foto: Divulgação

A Justiça Eleitoral da 31ª Zona de Amaraji, em Pernambuco. Condenou a ex-prefeita Aline de Andrade Gouveia à inelegibilidade por oito anos, a partir das eleições de 2024. O juiz Reinaldo Paixão Bezerra Júnior tomou a decisão e reconheceu abuso de poder político e uso indevido da máquina pública durante a tentativa de reeleição da gestora.

Segundo a sentença, a ação foi julgada parcialmente procedente com base no artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar nº 64/1990. O Ministério Público Eleitoral também se manifestou pela condenação parcial.

Quatro práticas ilícitas identificadas

O processo apontou quatro ações consideradas determinantes para a condenação:

  • Contratação irregular de temporários — O número de servidores saltou de 274 em janeiro para 539 em setembro de 2024. Sem justificativa excepcional, em um município com cerca de 16 mil eleitores.
  • Distribuição de frangos — A gestão entregou, sem amparo legal adequado, frangos no valor de R$ 245 mil, beneficiando toda a população, o que é vedado pelo art.73, §10, da Lei das Eleições.
  • Gastos elevados em festa municipal — O aniversário da cidade em 2024 custou R$ 765 mil, quase o dobro do ano anterior, sem justificativa plausível e em período pré-eleitoral.
  • Uso político de equipamentos públicos — A gestão distribuiu máquinas e serviços destinados à agricultura familiar sem critérios objetivos, com indícios de promoção pessoal.

Impacto sobre a disputa eleitoral

O juiz destacou que as práticas tiveram “potencial para afetar a isonomia da disputa e influenciar o resultado das eleições”, comprometendo a igualdade de oportunidades entre os candidatos.

Com a decisão, Aline Gouveia não poderá disputar eleições até 2032. O caso se torna um dos mais severos já julgados na cidade em matéria eleitoral.

Absolvição de ex-vice-prefeito

O juiz absolveu o ex-vice-prefeito Wagner Magal Medeiros de Oliveira, que também figurava como investigado na ação, por falta de provas quanto à participação nos ilícitos.

Casos de abuso de poder político são alvo constante da Justiça Eleitoral, que busca preservar a legitimidade do processo democrático. A decisão pode ser objeto de recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.

Para mais informações sobre a Lei das Eleições e jurisprudência eleitoral, acesse o site do TSE.

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