MPPE deflagra segunda fase da Operação Jogo Duplo para investigar auditores da Sefaz-PE por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou nesta quarta-feira (4) a segunda fase da Operação Jogo Duplo. A ação contou com apoio da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz-PE), da Polícia Civil e da Polícia Militar de Pernambuco.
De acordo com o MPPE, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e de pessoas jurídicas localizadas no Recife. A operação tem como objetivo desarticular um grupo criminoso formado por auditores fiscais da própria Sefaz-PE.
Esquema investigado
Segundo as investigações, os auditores são suspeitos de atuar em benefício de interesses privados junto à Administração Pública. O esquema incluía o uso de empresas de consultoria tributária e outras organizações para ocultar a origem ilícita de valores obtidos de forma irregular.
Os principais crimes investigados são:
- Corrupção;
- Concussão;
- Advocacia administrativa;
- Organização criminosa;
- Lavagem de dinheiro.
A Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária do Recife acatou pedido do MPPE e determinou o afastamento cautelar dos auditores envolvidos.
Declarações oficiais
O Secretário da Fazenda do Estado, Wilson José de Paula, afirmou que a Sefaz-PE está colaborando integralmente com a apuração:
“A Secretaria da Fazenda reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a legalidade. A carreira de Auditor Fiscal é formada por profissionais altamente qualificados e dedicados, essenciais para a justiça tributária e a defesa do interesse público. A Secretaria seguirá apoiando as investigações e afastando qualquer servidor que atue de forma criminosa.”
Já o Procurador-Geral de Justiça do MPPE, José Paulo Cavalcanti Xavier Filho, destacou a firmeza do órgão no combate à corrupção:
“Os crimes cometidos por servidores públicos serão enfrentados pelo Ministério Público com determinação e o mais absoluto rigor.”
Colaboração entre instituições
A operação é fruto de uma ação conjunta entre diferentes órgãos:
- MPPE (GAECO): coordenação da investigação e pedido de medidas cautelares;
- Sefaz-PE: apoio técnico e administrativo para apuração interna;
- Polícia Civil e Polícia Militar: execução dos mandados judiciais.
Essa articulação busca dar maior efetividade ao enfrentamento da corrupção e reforçar a recuperação de ativos desviados dos cofres públicos.
Contexto da Operação Jogo Duplo
A primeira fase da Operação Jogo Duplo foi deflagrada em outubro de 2023. Na ocasião, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão relacionados ao mesmo grupo de auditores fiscais.
De acordo com os investigadores, a segunda etapa amplia o escopo das apurações, visando identificar outros servidores públicos possivelmente envolvidos, além de recuperar bens e valores adquiridos de forma ilícita.
Repercussão na sociedade
O caso repercute porque envolve diretamente auditores fiscais, servidores com atribuição de fiscalizar e garantir a arrecadação de tributos no Estado. Especialistas em direito público ressaltam que a prática de crimes por parte de agentes que ocupam cargos estratégicos fragiliza a confiança da população nas instituições.
Por outro lado, a atuação firme do MPPE e a cooperação da própria Sefaz-PE demonstram, segundo analistas, que há um esforço para corrigir falhas internas e preservar a credibilidade do serviço público.
Medidas judiciais e próximos passos
O afastamento dos auditores é uma medida cautelar que tem como objetivo evitar interferências na investigação. A Justiça também poderá avaliar a necessidade de novas ações, como bloqueio de bens e eventual denúncia criminal contra os envolvidos.
As apurações continuam sob sigilo para não comprometer a coleta de provas. O MPPE informou que dará publicidade às etapas concluídas, respeitando o devido processo legal e o princípio da presunção de inocência.
Impactos esperados
Entre os efeitos esperados da operação estão:
- Expurgar servidores que atuem de forma ilícita da Sefaz-PE;
- Reforçar mecanismos de controle interno na administração pública;
- Recuperar recursos desviados em benefício do interesse coletivo;
- Reforçar a confiança da população na atuação das instituições públicas.
A segunda fase da Operação Jogo Duplo evidencia a continuidade do trabalho das instituições de combate ao crime organizado em Pernambuco. O caso revela um cenário de apurações complexas, envolvendo servidores públicos em posições estratégicas, mas também aponta para uma resposta institucional marcada pela cooperação e pelo rigor na defesa da ética e da legalidade.
O desfecho das investigações ainda depende da coleta e análise de provas, além do julgamento pela Justiça. Até lá, prevalece o princípio da presunção de inocência dos investigados.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.