quinta-feira, novembro 21

Hacker Walter Delgatti Neto e Senador Sérgio Moro trocam acusações em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro

Embate acalorado entre Delgatti e Moro durante audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito revela tensões e acusações mútuas.

Senador Sérgio Moro e Walter Delgatti Neto
Foto: Agência Senado/Câmara

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro presenciou um acalorado embate entre o hacker Walter Delgatti Neto e o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), durante o depoimento do hacker. Delgatti, conhecido por ter acessado diálogos de membros da operação Lava Jato, não poupou palavras ao se dirigir ao ex-juiz titular da força-tarefa em Curitiba.
Ao longo do interrogatório, Delgatti dirigiu duras acusações a Moro, o chamando de “criminoso contumaz”. O hacker alegou ter sido vítima de perseguição, comparando-a à que, segundo ele, o senador promoveu contra o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. Delgatti afirmou ter lido conversas privadas de Moro e declarou que este teria cometido “diversas irregularidades e crimes”.
Moro não deixou as alegações de Delgatti sem resposta, retrucando de forma contundente. “O bandido aqui, que foi preso, é o senhor”, declarou Moro, apontando para o hacker. O senador alegou que Delgatti enfrenta acusações e processos por crimes de estelionato, incluindo condenações com envolvimento de múltiplas vítimas. Moro ironizou o tempo que Delgatti levou para responder às perguntas, destacando as alegadas condenações do hacker.
O clima esquentou ainda mais quando Moro questionou o hacker sobre o número de processos por estelionato que ele enfrenta. Delgatti respondeu ter sido julgado em pelo menos quatro ações, sendo absolvido em todas elas. Moro, por sua vez, alegou que Delgatti enfrenta mais de 40 processos.
O vice-presidente da CPMI, Cid Gomes (PDT-CE), interveio para apaziguar os ânimos e pedir respeito entre as partes. Ele observou que as trocas de ofensas não contribuíam para a busca da verdade. Moro persistiu em sua postura crítica, apontando o histórico criminal de Delgatti e sugerindo que o hacker havia causado prejuízos a diversas pessoas inocentes.
Delgatti, por sua vez, acusou Moro de disseminar fake news e negou as alegações do senador. A audiência se estendeu com Moro questionando Delgatti sobre sua intenção ao invadir o celular do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AL). O hacker defendeu sua imparcialidade, mencionando também a invasão ao dispositivo registrado em nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que não encontrou qualquer conteúdo relevante.

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