domingo, setembro 8

Greve dos Motoristas de Ônibus em Recife Impacta População e Continua sem Previsão de Acordo

Apenas 52% da Frota Circula nas Ruas, Enquanto Nova Audiência de Negociação é Agendada.

Ônibus em Recife
Foto: Arthur Mota/FP

A greve dos motoristas de ônibus na Região Metropolitana do Recife segue causando impactos significativos na vida da população, com a continuidade do movimento e sem uma previsão de desfecho. No fim da tarde desta quarta-feira (26/7), apenas um pouco mais da metade da frota de ônibus estava em operação, o que demonstra a força e a adesão do movimento.
De acordo com a Urbana-PE, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros, dos 2.600 veículos que compõem a frota diária, apenas 52% estariam circulando. Embora a operação tenha iniciado pela manhã com menos de 30% da frota, esse número cresceu ligeiramente ao longo do dia. Entretanto, nas ruas, a impressão é de que o número de coletivos em circulação é ainda menor.
Os empresários argumentam que a frota não está maior devido a bloqueios e piquetes realizados pelos rodoviários nas garagens, em descumprimento das decisões liminares do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) e da Lei 7.783/89.
Na tentativa de solucionar o impasse, o TRT-6 determinou que 60% da frota de ônibus na Região Metropolitana do Recife deve operar nos horários de pico, e 40% nos demais períodos. Pela manhã, a decisão foi anunciada, mas até o momento, não foi integralmente cumprida.
Diante do cenário, as duas categorias, representadas pelos Sindicato dos Rodoviários e a Urbana-PE, têm uma nova audiência de negociação agendada para esta quinta-feira (27/7), às 8h, no TRT-6. Na última reunião, ocorrida na terça-feira (25), não houve acordo entre as partes.
Durante o encontro, a Urbana-PE apresentou uma contraproposta aos rodoviários, que inclui um reajuste salarial de 3%, ticket de R$ 370 e gratificação pela dupla função no valor de R$ 150. Contudo, os rodoviários não aceitaram essa oferta e fizeram uma contraproposta de 5% de reajuste, ticket de R$ 500 e gratificação de R$ 200, que também foi rejeitada pelos empresários.
Vale ressaltar que a proposta inicial dos motoristas de ônibus incluía um aumento real de 10%, além da inflação, piso salarial para os setores administrativo e de manutenção, além do aumento dos valores do vale-refeição e da cesta básica.
Enquanto a situação permanece em impasse, a justiça determinou que o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco deve garantir o funcionamento de 60% da frota nos horários de pico e 40% nos demais períodos. O não cumprimento dessa determinação acarretará em multa diária de R$ 30 mil para a categoria. O governo de Pernambuco também havia estipulado proporções semelhantes de frota, mas a entidade sindical não atendeu à determinação.
A expectativa é de que a nova audiência de negociação possa trazer avanços e uma possível solução para a greve dos motoristas de ônibus, visando minimizar o impacto na rotina da população e encontrar um acordo justo para ambas as partes envolvidas na paralisação.

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