domingo, setembro 8

França veta uso de abaya em escolas públicas

 Ministro da Educação falou sobre a proibição da vestimenta, alegando ser necessário laicidade nas escolas

Foto: Eliot Blondet/AFP 
O ministro da Educação da França anunciou a proibição do uso de abaya, o manto largo utilizado por algumas mulheres muçulmanas, nas escolas públicas do país. Esta medida ocorre como parte dos esforços para atualizar as regulamentações diante da presença crescente da minoria muçulmana e para manter a separação entre religião e educação.
A França, historicamente rígida na proibição de símbolos religiosos nas escolas públicas desde o século 19, vem adaptando suas regras à medida que lida com uma diversidade religiosa em expansão. O ministro Attal, em entrevista à TV TF1, declarou que o uso da abaya não estará mais autorizado nas escolas, argumentando que a vestimenta entra em conflito com as diretrizes estritas de laicidade no sistema educacional francês.
Apesar de o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) não considerar a abaya um símbolo islâmico, o Ministério da Educação francês já havia emitido uma circular no ano anterior autorizando as escolas a proibirem o uso da abaya, assim como bandanas e saias muito longas. Essa decisão se soma a outras restrições, como a proibição de lenços na cabeça em 2004 e do uso de véus que cobrem o rosto em 2010.
As recentes proibições geram debates sobre a liberdade religiosa e os desafios enfrentados pela França ao tentar conciliar sua história de laicidade com uma sociedade cada vez mais diversificada. Com uma comunidade muçulmana que soma cerca de 5 milhões de pessoas no país, as medidas de proibição continuam a suscitar controvérsia e análises sobre a relação entre cultura, religião e educação.

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