Gestão João Campos investiu mais em publicidade do que em drenagem, agravando os impactos das chuvas na cidade.

📌 Por Sanchilis Oliveira
As fortes chuvas que atingiram o Recife nos últimos dias trouxeram novamente à tona um problema crônico da cidade: alagamentos, deslizamentos de barreiras, caos no trânsito e, pior, mortes que poderiam ser evitadas. O cenário de destruição expõe a ineficiência da gestão municipal, que, apesar do discurso modernizador e da alta popularidade nas redes sociais, não tem conseguido dar respostas efetivas para minimizar os impactos dos eventos climáticos.
A prefeitura, liderada pelo prefeito João Campos (PSB), investiu fortemente na construção de uma imagem pública de gestor dinâmico e conectado com a população. No entanto, a realidade mostra que, enquanto milhões são gastos em propaganda, a infraestrutura da cidade segue frágil e vulnerável às chuvas que, todo ano, devastam bairros inteiros e ceifam vidas.
De acordo com o Portal da Transparência do Recife, a gestão municipal destinou R$ 609 milhões para publicidade institucional, enquanto para obras de drenagem e mitigação de enchentes foram investidos R$ 236 milhões – uma diferença gritante, que revela as prioridades da administração. O foco parece estar mais na comunicação do que na solução dos problemas estruturais da capital pernambucana.
Críticas e cobranças da oposição a João Campos
Diante da calamidade provocada pelas chuvas, vereadores de diferentes partidos cobraram medidas concretas da prefeitura. O vereador Davi Muniz (PSD) criticou a falta de planejamento da gestão e lembrou que os alagamentos e deslizamentos não são novidade, mas sim um problema recorrente.
“As chuvas voltaram e, com elas, o caos tomou conta do Recife. Ruas, avenidas e comunidades inteiras ficaram alagadas, causando transtornos para milhares de pessoas. A gestão municipal, que já está há 13 anos no poder, continua tratando essa situação como se fosse algo inesperado. Mas a verdade é que a cada ano o problema só se agrava”, declarou Muniz.
O vereador Eduardo Moura (Novo) criticou a gestão municipal nas redes sociais e expôs o contraste entre os gastos milionários da prefeitura com eventos e a precariedade da infraestrutura da cidade.
“O dia vai ser de caos o resto do dia inteiro. Só queria que vocês refletissem: é isso que vocês querem toda vez que chove? Querem festa, show de Roberto Carlos e passar por esse sufoco toda chuva? Ou preferem abrir mão das festas para ver esse problema resolvido?”, questionou o parlamentar.
Além dos políticos, os moradores também denunciam o abandono da cidade. Em diversos bairros, a população relata uma crescente sensação de impotência diante da falta de políticas eficazes para minimizar os impactos das chuvas. Enquanto isso, comunidades inteiras, especialmente nas áreas periféricas, enfrentam alagamentos que destroem casas, eletrodomésticos e documentos, jogando famílias inteiras em uma situação de desespero.
Gastos públicos: festa e propaganda acima da infraestrutura
A destinação de recursos pela Prefeitura do Recife mostra que a prioridade da gestão socialista não é a prevenção a desastres ambientais. Em quatro anos, o governo João Campos gastou R$ 142 milhões apenas em 2024 com eventos e festividades, sendo R$ 110 milhões apenas no Carnaval.
Já os investimentos em infraestrutura para drenagem seguem bem abaixo do necessário. Desde 2021, os valores foram:
- R$ 39,9 milhões em 2021
R$ 61,3 milhões em 2022
R$ 62,9 milhões em 2023
R$ 71,7 milhões em 2024
Ao comparar os dados, fica evidente que a gestão destinou mais recursos para publicidade e festas do que para drenagem e prevenção de enchentes. Consequentemente, a cidade entra em colapso a cada nova temporada de chuvas.
Além disso, a recente obra milionária da Avenida Agamenon Magalhães, por exemplo, ficou completamente submersa. Esse fato reforça que os investimentos em infraestrutura não têm sido planejados de forma eficaz, agravando ainda mais os impactos das chuvas na capital pernambucana.
Até quando o Recife será refém do descaso?
O Recife precisa se libertar da negligência administrativa. A gestão municipal deve planejar e agir de forma concreta para evitar tragédias recorrentes. A prefeitura não pode mais justificar sua ineficiência alegando que as chuvas são atípicas, pois os problemas se repetem há anos e são previsíveis.
A administração municipal precisa mudar suas prioridades. A população exige menos propaganda e mais soluções reais. A prefeitura não pode continuar ignorando as vidas perdidas e os prejuízos que se acumulam a cada temporal.
Afinal, governar vai muito além de aparecer bem na foto ou viralizar na internet. A prefeitura precisa garantir que a cidade funcione e proteja seus cidadãos.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.