Fernando Villavicencio é morto a tiros onze dias antes do pleito nacional, após declarações desafiadoras a criminosos ameaçadores
Foto: Reprodução |
O candidato à Presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi alvo de um atentado fatal nesta quarta-feira (9) ao sair de um comício em uma escola de Quito. O político foi alvejado por três tiros na cabeça a apenas onze dias das eleições nacionais. Horas antes do trágico incidente, Villavicencio proferiu um discurso que, à luz dos acontecimentos subsequentes, adquiriu tons premonitórios, desafiando diretamente os criminosos que o ameaçavam.
No discurso, que foi compartilhado nas redes sociais do candidato, Villavicencio relatou ter recebido aconselhamentos para utilizar um colete à prova de balas. No entanto, ele decidiu não seguir tal recomendação e enfatizou que o apoio da população seria sua principal proteção. “Eu não preciso [de colete]. Vocês são um povo valente, e eu sou valente como vocês. Vocês são quem cuida de mim. Venham, aqui estou”, declarou Villavicencio durante o comício em Chones. O político desafiou os chefões do narcotráfico, atiradores e milicianos, enfatizando que o tempo das ameaças havia acabado.
Fernando Villavicencio havia anunciado sua candidatura presidencial com a intenção de enfrentar e derrotar as máfias que, segundo ele, haviam cooptado o Estado e subjugado a sociedade. Em uma entrevista à agência EFE em maio, o político expressou seu compromisso em combater essas forças obscuras.
O atentado resultou na morte do candidato e levou à prisão de seis suspeitos até o momento. Um dos suspeitos foi morto durante um tiroteio com a polícia, de acordo com as autoridades equatorianas. Testemunhas descreveram ouvir disparos e viram o político cair gravemente ferido. Ele foi rapidamente levado para atendimento médico na Clínica da Mulher, local próxima ao local do ataque, mas não resistiu aos ferimentos.
A autoria do crime foi reivindicada pela facção criminosa Los Lobos, considerada o segundo maior grupo criminoso do Equador, com mais de 8 mil membros espalhados pelas prisões do país. Esse grupo é conhecido por envolvimento em massacres em prisões equatorianas, além de atuar intensamente no tráfico de drogas e mineração ilegal.
O governo brasileiro expressou sua “profunda consternação” pelo assassinato do candidato à Presidência do Equador, por meio do Ministério das Relações Exteriores.
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