O primeiro-ministro Anthony Albanese visita a China para fortalecer o comércio, discutindo segurança regional e cooperação bilateral em seis dias de agenda.

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, inicia neste fim de semana uma visita oficial de seis dias à China. O objetivo central da viagem é consolidar os laços com o maior parceiro comercial do país, discutindo segurança regional, comércio e outras áreas de interesse comum.
Segundo o governo australiano, a agenda inclui encontros em Pequim, Xangai e Chengdu, marcando a primeira visita oficial de Albanese ao país desde sua reeleição em maio.
“Meu governo continuará a cooperar com a China onde for possível, discordar onde for necessário e atuar no interesse nacional”, declarou Albanese em nota oficial.
Relação econômica estratégica
A China representa cerca de um terço do comércio total australiano. Albanese enfatizou a importância dessa relação para a economia doméstica:
“O relacionamento com a China significa empregos na Austrália. É simples assim”, afirmou a jornalistas.
A delegação australiana inclui executivos de grandes bancos como Macquarie e HSBC Austrália, além de representantes de mineradoras como Rio Tinto, BHP e Fortescue. A pauta inclui temas como energia verde, comércio de minérios e investimentos em tecnologia.
Segundo o Australian Financial Review, os encontros devem buscar avanços em áreas como:
- Remoção de tarifas e barreiras comerciais
- Cooperação em energias renováveis
- Incentivo a investimentos bilaterais
Contexto diplomático e de segurança
O relacionamento entre os dois países viveu tensões recentes, incluindo tarifas punitivas chinesas e acusações de interferência estrangeira. Em novembro de 2023, Albanese foi o primeiro líder australiano a visitar Pequim em sete anos, abrindo caminho para a redução de tarifas e a retomada de diálogo construtivo.
Apesar da aproximação, há temas sensíveis que permanecem em pauta:
- AUKUS: O pacto de submarinos nucleares com Reino Unido e EUA, criticado por Pequim.
- Mar do Sul da China: Áreas disputadas onde a China expande sua presença militar.
- Direitos humanos: Como o caso do escritor australiano Yang Hengjun, condenado na China sob acusações de espionagem que ele nega.
Analistas, como James Laurenceson, do Australia-China Relations Institute, afirmam que ambos os lados reconhecem as diferenças, mas buscam evitar que elas definam o relacionamento:
“Eles precisam manter a política estável e construtiva para que negócios, universidades e organizações culturais possam avançar em suas áreas.”
Visão estratégica australiana
Embora a visita seja vista por Pequim como um gesto positivo — o Global Times classificou-a como de “significado especial” — há tensões no plano geopolítico.
O ministro da Defesa australiano, Richard Marles, cobrou explicações de Pequim sobre o “extraordinário aumento militar” e classificou exercícios chineses no Mar da Tasmânia como “incomuns”.
Por outro lado, o governo de Albanese tem apoio doméstico para a estratégia de engajamento equilibrado. Especialistas avaliam que a Austrália precisa diversificar parcerias, mas sem comprometer sua segurança ou soberania.
Bryce Wakefield, diretor do Australian Institute for International Studies, avalia:
“Essa é uma diplomacia mais madura, evitando as recriminações de anos anteriores.”
Impactos esperados da visita
A expectativa é que o encontro com o presidente Xi Jinping, o premiê Li Qiang e outras autoridades chinesas traga avanços práticos, como:
- Redução de barreiras comerciais
- Fortalecimento de investimentos mútuos
- Cooperação em energia limpa
- Diálogo contínuo sobre segurança regional
A visita sinaliza uma tentativa de equilibrar interesses estratégicos e comerciais em um cenário global incerto. Observadores afirmam que, apesar de diferenças persistentes, a tendência é de estabilização gradual dos laços bilaterais.
A visita de Albanese à China busca reforçar o comércio e manter o diálogo em segurança regional, sinalizando uma política externa mais pragmática e madura. Apesar de divergências importantes, a Austrália procura manter relações comerciais fortes com a China, seu maior parceiro, em um cenário global de crescentes tensões geopolíticas.

CEO do Portal Fala News, Jornalista pela UNIFG, licenciado em Letras PT/ES pela FAESC, formado em psicanálise pela ABEPE, pós-graduado em linguística aplicada as línguas portuguesa e espanhola pela FAESC, e MBA em Marketing Digital e Mídias Sociais pela UniNassau. Analista de política e economia, colunista sobre psicanálise, amante dos livros e dedicado a levar informação com transparência e credibilidade.