Registros de coinfecção cresceram sete vezes apenas neste ano
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O Brasil enfrenta um aumento de casos de infecção simultânea por dengue e chikungunya em 2023, revelando um cenário preocupante para a saúde pública. Uma análise de vigilância genômica e epidemiológica das arboviroses no país apontou que os casos de chikungunya aumentaram sete vezes e os de dengue triplicaram em relação a 2022.
O que mais chama a atenção é a alta taxa de 11% de casos de coinfeção pelos dois vírus em Minas Gerais, uma proporção considerada muito elevada e ainda mal compreendida em termos de causas e consequências.
Os pesquisadores estão investigando como os dois vírus interagem no corpo humano, com a dengue aparentemente dominando a coinfeção. No entanto, muito ainda precisa ser estudado sobre a evolução e a gravidade desses casos. Não há evidências de que sejam mais graves, mas estudos continuam para entender completamente essas condições.
A análise é conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Laboratório Hermes Pardini/Grupo Fleury e envolveu 62.000 diagnósticos de síndromes febris realizados em 2022 e 2023, representando todas as regiões do Brasil. A multiplicação de casos é atribuída a vários fatores, incluindo altos índices de chuvas, aumento da infestação de mosquitos e interrupção das campanhas de combate ao Aedes aegypti durante a pandemia de Covid-19.
O diagnóstico laboratorial é fundamental para distinguir as duas doenças, pois a chikungunya, que costumava ser associada a dores nas articulações, agora também se manifesta de forma diferente em alguns casos. A pesquisa ainda está em andamento para avaliar a evolução clínica desses pacientes.
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